Re: REVENGE ( FILLER)

21/2/2015, 16:35

Connie ficou em silêncio ouvindo ele falar. Havia notadamente mexido numa ferida, primeiro ao dar a entender que Ray era mais forte que ele e a lógica lhe dizia que sim, que não estava enganada... mas não valeria a pena discutir. Acompanhou quando ele foi para o banheiro e o anúncio de que ele dormiria no sofá.

Ela esticou o braço, desligou o televisor, tirou o celular do silencioso, editou o alarme e depositou ambos ao lado da cama, sobre um criado mudo.

- Dormir no sofá definitivamente é sinal de um autocontrole in-ques-ti-o-ná-vel... - provocou pausadamente dando a entender que ele era fraco justamente por fugir dela daquela forma - Bons sonhos Jhaeson... saímos daqui em quatro horas...

Então se virou dando as costas para o banheiro e ficando frontal para a janela e fechou os olhos.

24/2/2015, 09:43

No banheiro Jhaeson se pegou pensando, enquanto encarava seu reflexo no espelho, imaginando o que ele realmente estava fazendo, ele sabia muito bem que aquilo tudo era uma loucura, apesar de ter convicta noção que Lucian não iria aceitar isso de bom grado, mesmo que fosse para seu clã esta ideia seria difícil para ele, Lucian jamais iria ser um homem apaixonado por Connie, disso ele já sabia, mas o amor tem várias formas é talvez ele descobrisse uma com ela.

Lavou o rosto tentando afastar os pensamentos, ouviu as últimas palavras de Connie falando do auto controle de Jhaeson, mais o que ela não sabia é que as provocações dela, estava tendo peso sobre ele, é que se talvez ele não tivesse saído do quarto naquele momento, ele teria agarrado ela ali mesmo. Se isso fosse um teste ele estaria reprovado, pegou sua roupa e se trocou, deixando a camisa terminar de secar, o restante da roupa estava quase seca, voltou ao quarto, já vestido se deitou no sofá enquanto seus olhos observavam Connie.

Sem sono Jhaeson apensa ficou pensando em tudo que fora dito, é em tudo que Connie passaria, ele fez uma promessa silenciosa a ele mesmo de ajuda-la, pois como alguém de fora sabia o quanto uma adaptação poderia ser difícil, ainda mais para ela a presença dela causará um reboliço, que poderá agitar todos os clãs.

25/2/2015, 01:34

Ela não ouviu nenhum novo barulho exceto o dos passos dele e sentiu os interruptores sendo desligados.

Estava agitada, mas a vida no exército lhe deu excelente condicionamento que permitia praticamente a indução do sono através de técnicas respiratórias e controle da mente.

Se ela estivesse em repouso, na ilha, não dormiria de certo. Ficaria andando pela casa, bebendo mais e indo parar na areia da praia. O sono lhe era querido e importante agora, o dia seguinte traria grandes preocupações e elas teriam que esperar.

Continuou deitada de lado, a mão esquerda por baixo do travesseiro e sob ela a adaga. Seu semblante era limpo e calmo e nem mesmo parecia a garota que não aceitava desaforos e adorava provocar.

A respiração era leve e o tecido da camisa se movendo quase imperceptível era a prova cabal de que ela estava apenas adormecida.

Não costumava se debater, falar ou mesmo levantar durante a noite. Quando precisava, dormia como se estivesse no território inimigo e dentro de uma vala. Sem qualquer alarde.

Com o relaxar entrou no estado de sono REM.

25/2/2015, 02:32

epiphanéia

( :: Notas, memórias e esclarecimentos :: )

É engraçado como dificilmente nos lembramos do início dos nossos sonhos. Houve um período da minha vida em que meu sono era tão irregular que não havia espaço para sonhos. Era apenas meu organismo trabalhando e zelando pelo meu bem estar durante o sono. Na Marinha o período de descanso era onde a maior parte das brincadeiras - violentas ou apenas vexatórias - aconteciam e acho que uma das maiores frustrações de cada equipe com a qual naveguei foi sempre acordar segundos antes de terem chance de me surpreender.

A primeira lembrança que tenho desse sonho é a estranheza padrão de cenários e ocorrências. Eu havia acabado de atracar na ilha e estava com a rede cheia. Ainda era bem jovem e pelo que entendi nem tinha me envolvido romanticamente com Ray. Minha avó vinha separar algumas porções para cozinhar e servir para meu pai e eu. Me apressava e irritava, dizendo que meu pai estava no carro no início do píer e tinha urgência já que precisava sair para fazer uma ronda.

Imensa foi minha surpresa quando ajudando-a a carregar os peixes que ainda saltavam e se debatiam numa cesta me deparei com meu avô ao volante. Foi quando ele me beijou e abraçou, tocou meu pingente - meu inseparável pingente - e disse:

- Precisamos colocar uma foto nova aqui... Te amo, carne da minha carne, sangue do meu sangue, herdeira da minha vida.

Para minha surpresa na cena seguinte eu estava correndo entre os pinheiros da reserva e corria com toda velocidade que era capaz. Eu chorava e gritava, ordenava que me devolvessem e afirmava que não pertencia a eles, que era apenas meu... e do pai.

Avancei até cair numa ribanceira e cortar meu pulso. O sangue que pingava ia marcando o solo enquanto eu me enfiava nos arbustos floresta adentro até encontrar uma gruta. Eu não havia percorrido o caminho, mas sangue já marcava o caminho por todo lugar.

Corri mais uma vez e me deparei com um túnel, que se dividia em novos três e a frente de cada passagem havia uma pessoa distinta.

No primeiro, a esquerda, estava Ray. Ele nada tinha nas mãos, mas aos seus pés havia a cabeça de um lobo. Olhei petrificada e ele sorriu, mas ao invés de seus dentes haviam presas enormes e que cresciam a cada seguindo. Desviei o olhar.

No corredor do meio uma mulher, baixa, de cabelos muito lisos e totalmente brancos. Tinha o semblante sério e segurava uma cuba de pedra sabão, cheia de inscrições e dentro dela muito sangue. Era como se ela oferecesse pra mim, mas sem manifestar isso claramente. A cuba estava em suas mãos enrugadas, contudo, ela não esticava os braços na minha direção.

O terceiro e último corredor era onde estava alguém que tinha traços similares aos de seu pai, o pai que eu conhecera recentemente e o mesmo porte altivo e modo de encarar enquanto analisava algo. Meu coração disparou ao perceber que aquele devia ser o nobre Lucian, a quem Jhaeson citara. Ele parecia olhar para um ponto fixo no horizonte até me enxergar, e então dispensou um cumprimento assentindo e me estendeu a mão.

Eu me senti totalmente impelida a tocá-la e acompanhá-lo, contudo, meu instinto não permitia. Existia um buraco dentro do meu peito e ele queimava e ardia. Havia algo que eu procurava - e mesmo que conscientemente eu fosse só uma passageira naquela viagem maluca - e era algo que eu sequer sabia do que se tratava.

No instante seguinte ouvi o som de choro no corredor central e a mulher não mais estava ali. Avancei por ele e senti que meus pés afundavam, como se o terreno antes composto por pedras e cascalho agora fosse arenoso e movediço.

- Venha criança... venha criança... venha buscar teu coração...

Era uma voz feminina, uma voz que imaginei ser a da mulher agora desaparecida e depois de afundar muito e engolir aquela sujeira eu simplesmente saltei e voei para fora daquela armadilha, alcançando o final do túnel e vendo a mulher sentada ao chão com a cuba de pedra sobre uma fogueira. Ela agora sorria e batia palmas, movia a boca mas nenhuma palavra saia.

Me indicou a cuba cujo sangue agora fervia e lendo seus lábios entendi que ela dizia: "Pegue as crianças, cuide das crianças, elas são suas... lhe pertencem criança..."

Mesmo ciente que minha mão sofreria queimaduras me abaixei e mergulhei os dedos, depois o punho e quando percebi até a minha axila estava afundada. O calor parecia comer minha pele e eu mesmo assim continuei até sentir algo no fundo. Um fundo ilusório, mas que me permitiu trazer a tona meu colar, com o pingente de coração ao qual eu abri e encarei. Ele estava limpo, sem qualquer resquício de sangue e dentro dele havia duas fotos, uma em cada lado. Eram dois bebês, muito parecidos e de tamanhos iguais.

Eu levantei o rosto e iria questionar a mulher quando tudo que vi foram dois nomes escritos numa rocha e ouvi ela rindo, ao longe. Nomes esses que sou incapaz de me lembrar no momento.

Despertei com sua voz repetindo:

- Venha criança... venha criança... venha buscar teu coração...

COM: Avó, Avô, Ray, "Lucian" e Idosa Desconhecida ✖ ONDE: Sonho ✖ PERÍODO: Descanso ✖ POST: 001

@Lilah #edição: Greyheart

26/2/2015, 11:45

O dia logo iria amanhecer, chuva havia dado uma trégua, Jhaeson olhou pela janela, para ver se estava tudo limpo, Connie permanecia deitado, retornou ao sofá e cruzou os braços sobre a cabeça enquanto aguardava o momento de seguir viagem, a muito tempo ele não conseguia dormir direito, não sabia bem o porquê mais sempre que o fazia seu sono era interrompido com pesadelos.

Ficou encarando o teto enquanto deixava sua mente viajar por lugares que passou em suas muitas missões, Jhaeson era o cavaleiro em um jogo de tabuleiro, ele tinha ciência disso é não questionava tal função, mas conhecer Connie o fez por um momento, apenas uma fração de segundos questionar seu destino, suas ações é principalmente seus deveres.

26/2/2015, 14:46

Uma garoa fina cobria asfalto lá fora. O monitor do notebook de Constance mostrava uma van encostando. No teto havia uma bicicleta, um triciclo e uma bola colorida gigante, tudo amarrado e preso por uma rede bem presa.

O rádio relógio marcava 05:53 am e o celular havia sido programado para tocar as 6 em ponto. O clima dentro do quarto era quente, mas não justificava a forma como a híbrida levantou.

Com um supetão, a têmpora pingando e o rosto vermelho, seus olhos abertos e muito assustados. O sonho havia acabado e a puxada de ar que ela deu poderia ter acordado Jhaeson mesmo que ele estivesse dormindo. Então ela passou as mãos pelos cabelos e esfregou a mão ao sentir aquela coceira estranha que o suor faz quando corre pela pele.

Aparentemente recomposta ela jogou o lençol para o lado da cama e se levantou. Pegou o celular, desativou o alarme e viu que não havia nenhuma notificação importante.

- Hm... bom dia. Saimos em quinte minutos... - pegou o telefone e discou. Estava falando com a central e pediu um táxi. Se levantou, ligou a televisão e foi para o banheiro.

Ensacou sua roupa úmida da noite anterior e enfiou dentro da mala, fechando-a após retirar uma nova muda de roupa. Retornou para o banheiro e voltou apenas cinco minutos depois já vestida.

Trajava uma saia alguns dedos abaixo do joelho, de cotton preto. Meias finas também pretas e um par de botas café cano baixo. Um casaco de veludo preto e uma regata de cetim vermelha. Foi até a mesa e sentou em frente ao computador.

- Preciso do seu número de seguro social... - falou digitando freneticamente no teclado enquanto entrava no site de linhas aéreas - Vou comprar nossas passagens. Você tem cinco minutos para se banhar. Precisamos passar no armazém por qualquer motivo? - ela não o olhava, seus cabelos estavam presos no alto da cabeça, um rabo de cavalo amarrado com uma fita de seda. Estava particularmente feminina.

26/2/2015, 15:14

Enquanto pensava em coisas aleatoriamente percebeu Connie se sentar na cama, parecia inquieta se recompôs e jogou o lençol para o lado, alertou o tempo que teriam para sair, rapidamente ela providenciava o transporte, ligou a televisão é foi para o banho.

Jhaeson sentou no sofá ouvindo a notícia que passava em um canal de reportagem falando de vários casos de corpos encontrados, sem nenhum sangue é com suas gargantas abertas, isso revelou que o momento estava se aproximando mais rápido do que imaginava.

Após pegar uma muda de roupa e trazer uma sacola em mãos, tomou seu banho, se vestiu rapidamente com um conjunto que a deixava muito bonita, mas permaneceu em silencio, ela usava uma saia que revelava suas pernas, torneadas e firmes, uma regata vermelha colada ao corpo relou um busto farto que foi coberto por um casaco de veludo, sem se virar para Jhaeson se sentou diante ao computador.

Pediu a número do seguro social, digitando rapidamente no teclado, ele tirou um documento de sua carteira e entregou para ela enquanto ela comprava passagens, o alertando que ele teria cinco minutos para tomar um banho se quisesse, se levantando ele foi para o banheiro, a mochila que trouxera ainda estava úmida, a roupa que estava dentro não estava completamente seca mais serviria, ele sempre deixava uma mochila com roupas preparado caso tivesse que sair, ele não sabia se ela havia notado quando ele pegou no armazém mais não disse nada, na porta do banheiro disse.

― Não precisamos passar lá, podemos seguir direto tudo que preciso já está comigo é nosso tempo é curto, a noticia dos corpos, bem isso são ataque de vampiros, com isso os clãs vão começar a se mover mais depressa do que pensávamos...

Falou Jhaeson indo para o banho.

26/2/2015, 15:38

Quando Jhaeson retornou do banho não viu Connie. Sua mala estava próxima a porta, a case com cinta para transporte contendo o notebook sobre ela, a bolsa de mão dela e a mochila dele ao lado.

Onde ela teria ido? Como ele não a ouviu sair? E teria sido algo espontâneo?

Enquanto pensamentos corriam em sua mente ele ouviu o barulho do táxi próximo a piscina. O motorista buzinou duas vezes.

26/2/2015, 17:15

Retornando ao quarto alguma coisa estava diferente, as malas estavam próxima a porta, assim como todas as coisas dela, mas ela não estava ali, em seu pensamento ele se perguntava onde ela tinha ido, afinal ele não a ouviu sair, se culpou por seu descuido.

Ouviu um barulho e correu para a janela, viu um táxi amarelo do lado de fora que buzinou por duas vezes, em sua mente ele xingou enquanto pensava nas mais diversas coisas, abrindo a porta ele sentiu o cheiro a procura de Connie, seguiu o cheiro até a piscina.

26/2/2015, 18:26

A garoa ainda não cessara e assim que se aproximava do táxi o condutor abria a porta e saia:

- Táxi senhor? - era um homem baixinho, de cabelos louros bem ralos, olhos apertados, barriga saliente e pernas um tanto tortas. Ele manquitolava um pouquinho e puxava as calças para cima, ajeitando-as. Vestia uma jaqueta jeans, uma calça de oxford e sapatênis - Quarto oito certo? Já podemos partir?

O sorriso do homem era simpático, mas apenas deixava Jhaeson mais angustiado. Ele sentia o cheiro de terra, correia queimada, bala de menta e ... baunilha.

Ficava mais forte com o vento e ele se virou na direção dele quando foi possível ver Connie adentrando o quarto seguida por uma camareira. Ficou apenas dez segundos lá dentro, provavelmente entregando a chave e pegando os pertences para sair novamente.

A empregada do hotel não fechou a porta e começou a colocar toalhas e lençóis num carrinho que estava estacionado na parede para este fim. Connie passou a alça da case do notebook atrás do pescoço, colocou sua bolsa de mão no ombro direito, pegou a mochila dele com a mão direita e com a esquerda começou a arrastar a mala com rodinhas.

As sobrancelhas dela se contraíram vendo Jhaeson conversar com o taxista ao longe. O homem correu então na direção dela dizendo que ela poderia dar os pertences para ele. No entanto ela se negou dizendo que estava leve e já estavam alcançando o carro.

- Aconteceu algo? - ela inqueriu assim que se aproximou do carro e foi depositar os pertences no portamalas.

3/3/2015, 11:57

Jhaeson achou que alguma coisa havia acontecido com Connie mais ela era apenas passos leves, se tranquilizou ao vê-la, ao encontrar com ela a garota perguntou se havia acontecido algo ele poderia ter gritado, falado um monte de coisas mais sabia que nada adiantaria, ela sempre fora independente não seria agora que iria atender as ordens ou pedidos de outros simples.

― Não foi nada... Está pronta para ir?

Jhaeson usavam uma regada branca uma calça bege é botas marrons, seus músculos eram visíveis sobre a camisa, algumas das camareiras olharam para ele, mais ele nem deu atenção, pegou as bolsas de Connie.

― Deixe que eu guardo isso.

3/3/2015, 16:21

Connie moveu o maxilar de um lado para o outro, segurou o olhar em Jhaeson por alguns instantes e enquanto esticava uma goma de mascar com a língua viu a feição dele se amenizar.

- Eu fui pagar a conta... do quarto... - falou displicentemente, mas sem deixar de notar que um grupo de camareiras se reunira ao redor da primeira e sem o menor pudor paqueravam o lobisomem - Sim, acho que estamos não é?

Após ceder os pertences para Jhaeson adentrou o táxi cujo volante se encontrava do lado direito e se sentou no banco traseiro logo atrás da cadeira do motorista.

Logo o taxista se colocava atrás do voltante e confirmava o destino. Uma palavra positiva a híbrida respondia a ele e o carro com todos dentro se colocava em movimento.

Pelo reflexo do vidro ao seu lado Connie fitava Jhaeson e para a confusão mental plena do motorista que ouvia a tudo enquanto dirigia, ela disse:

- Desculpe Jhae'.

Aquilo se referia a tantas coisas que ela nem quis especificar algo a fim de perder o amplo significado.

...

Após um quarto de hora estavam fazendo o check-in para o embarque, a mala dela já havia sido despachada e estavam em pé na fila de embarque.

Na cabeça de Connie havia um assunto que persistia mas por falta de tempo antes e agora por estar em público não podia ser comentado. Ela pensava nos tais vampiros e no que significavam para a colônia. Havia lido um pouco sobre eles no diário, mas não se lembrava de estar diante de nenhum. Eles não costumavam ir para a ilha, pois a única forma de chegar até lá era através do mar e não era um local onde poderiam se estabelecer e criar seus refúgios. Há muitas gerações os ancestrais de Ray (também homens-ursos) cuidavam daquele lugar e era dito que havia mais deles ainda caminhando pela floresta, cobrindo a defesa do guarda florestal e resolvendo coisas a moda antiga.

Logo a frente dos dois um casal se beijava incessantemente. De tempos em tempos tiravam fotos e a garota olhava a aliança sob diferentes focos de luz e agarrava seu companheiro. Aparentemente recém-casados. Ou um par de amantes que fugia da realidade e deixava felizmente seus conjuges para trás.

A cada beijo e mordida que o rapaz simulava no pescoço da moça Connie sentia seus pelos se arrepiarem. Era fácil pra ela imaginar, graças a tanta ficção que se vende a respeito dos sugadores e aquilo era ligeiramente incômodo.

Jhaeson estava atrás dela na fila, com seu porte chamativo e ar indiferente. Já devia ter matado tantos deles que sequer se importava. Connie não tinha medo, mas um asco aterrorizante, um nojo absoluto ao imaginar criaturas que necessitam matar todas as noites para sobreviver. No entanto, isso era até aceitável, já que as carnes que comprava não nasciam dentro de sacos de papelão em vendas ou supermercados. O problema era imaginar eles se divertindo perante as vítimas agonizantes e se excitando com isso antes de finalmente darem o golpe mortal.

Ela sentia os dedos rijos, como se pudesse afundar em algum lugar e perfurar sem sentir qualquer dor. Inquieta olhou para um relógio digital e comentou por cima do ombro:

- Mais cinco minutos e vamos pra dentro do avião... esta é sua passagem - e entregou um papel para que ele se identificasse antes de embarcar. Marcava poltrona 17, a dela era a 18 e Connie não se preocupava em perguntar se ele preferia a janela. Sabia que ele não a deixaria ficar no corredor, ou o faria muito contrafeito e o mau humor se estenderia por horas - Espero que não se importe de eu ficar na janela. Podemos trocar se quiser... São apenas duas horas de vôo, depois alguns minutos de táxi até a costa e pegamos carona num dos pesqueiros até chegar na ilha - sem perceber sorria imaginando a resposta que viria.

Ela preferia fazer o trajeto de trem, primeiro por que apesar de levar o dobro do tempo era muito mais agradável, barato e tinha uma comida muito melhor além de cabines reservadas, contudo, preferiu o avião a fim de economizarem tempo, já que não faziam uma viagem comum.

5/3/2015, 12:19

Jhaeson escutou as palavras de Connie com atenção, entraram no táxi na parte traseira ele a acompanhou se colocando ao seu lado em meio ao silencio da viagem ela se desculpou a ele sem saber bem o porquê, a situação deles sempre parecia muito confusa e difícil de entender.

Ele apenas balançou a cabeça com para dizer que não tinha o perdoar, após quatro horas chegaram ao seu destino, enquanto Connie fazia o chech-in, Jhaeson apenas a observava cautelosamente, aguçando seu olfato sentido tudo nas proximidades.

Assim que terminou a parte burocrática se colocaram na fila, as gracinhas que sempre faziam estavam guardadas, não era momento para isso, Jhaeson sabia ser silencio é mais ainda mortal se fosse necessário, após o noticiário sobre os ataques ele parecia ainda mais inquieto e preocupado...

Um casal a frente deles dava demonstração de afeto para que todos vissem isso não incomodou Jhaeson, mas notou que algumas pessoas se remexiam inquietas desviando os olhos deles.

Connie se virou para Jhaeson e entregou um pequeno papel, era sua passagem de embarque que marcava o número de sua poltrona, ele o pegou enquanto ela dizia que faltava apenas cinco minutos até entrarem no avião, no papel marcava o número 17, é o dela 18, mais avisou do que perguntou se teria problema ficar na janela para ele era indiferente, mas ofereceu trocar de lugar se ele quisesse sorriu para ele.

― Não é necessário, afinal vou ficar enjoado em qualquer lugar... Não gosto muito de aviões, não tive experiências muito agradáveis.

Ele não queria mentir para ela então disse a verdade, perderá a mãe em um acidente de avião, enquanto ficou perdido a deriva com o pai por diversos dias no mar até ser encontrado, mas isso antes de seu pai também o deixa-lo.

Entraram no avião e se colocaram em seus lugares, a aeromoça se aproximou e perguntou se precisavam de alguma coisa que o avião decolaria em alguns segundos, afivelando o cinto é recostando na poltrona Jhaeson segurava firme os braços da poltrona.

― Ir de avião era o único jeito? ― Perguntou olhando para Connie.

6/3/2015, 11:42

- É o que temos de mais rápido e seguro. Enquanto você se banhava vi o brevê do piloto e teremos um vôo tranquilo. Espero resolver tudo hoje quando chegarmos e assim voltaremos amanhã cedo de trem. Acredito que é o que você prefere...

Desde que fora dormir ela se apresentava com uma postura diferente, muito mais reservada e em nada provocativa. Ao invés de fazer qualquer piada quanto ao enjoo dele preferiu manter a janela fechada para evitar maior desconforto.

Após os trâmites regulares o avião deslizou pela pista de decolagem ganhando velocidade e depois os ares. Connie recostou a cabeça no encosto e fechou os olhos, não dormia mas seu estado era meditativo.

Dentro de três horas estariam pousando próximo a costa e até o meio da tarde deveriam estar na ilha.

6/3/2015, 12:12

A resposta de Connie veio logo em seguida, que era o meio mais rápido e seguro, apesar de Jhaeson não concordar tanto com a parte de mais seguro, afinal suas experiências não tinham sido das melhores, mas não iria falar isso a ela.

Com o cinto afivelado, o avião tremeu um pouco ao decolar, fazendo Jhaeson amassar um pouco mais a braço de sua poltrona devido sua força, Connie parecia tranquila de olhos fechados, demoraria um tempo para chegarem, mas saber que a volta seria de trem o deixou um pouco mais tranquilo.

O silencio se fez presente por uns quarenta minutos o tempo que levou para Jhaeson se acalmar o melhor que podia, a aeromoça passou por ele perguntando se estava tudo bem ou se queria algo. Ele pediu um whisky para acalmar um pouco mais. Após sua bebida chegar deu uns goles então falou para Connie que sabia muito bem que não estava dormindo.

― Bem... sei que não é da minha conta, mas como é ou era a vivencia com seus pais, já que eles eram normais é você um pouco diferente... Eles sabiam de você?

Tentou puxar assunto, afinal o voo seria longo pelo menos para Jhaeson

6/3/2015, 12:49

A mente dela divagou no intervalo silencioso. Fazia ensaios mentais sobre como abordar Ray e não vê-lo ter um ataque e acreditar que era o melhor que ela podia fazer no momento. Se preocupava com o risco que representava para todos os moradores da ilha mediante sua condição atual.

Foi interrompida pela voz do lobisomem, pouco depois de ouvir o gelo tremendo no copo que lhe fora servido com uísque. Ela virou o rosto e abriu os olhos lentamente antes dele terminar a frase. Jhaeson viu a íris mudarem de cor rapidamente, passando da cor natural para um roxo profundo, depois um lilás quase translúcido e apenas então voltar para a cor real. Aquilo denunciava que a relação com eles, independente de ser boa ou não, era cheia de emoção.

- Meus pais. Bom famílias costumam a ter problemas, mas na minha há um padrão bem estabelecido pra tudo. Minha mãe tem a palavra final, embora meu pai seja bom em contestar e convencê-la com algum esforço. Ela descobriu que havia algo errado quando engravidou, passou por péssimos bocados e quase sofreu aborto espontâneo. Sendo médica acabou indo vasculhar e antes que descobrisse qualquer anormalidade meus avós se viram obrigados a contar pra ela que eu ... provavelmente era o desarranjo em seu organismo. Eles correram um risco muito grande de acordo com o que meu avô escreveu sobre no diário. Temiam que ela pirasse e saísse por aí fazendo ou falando o que não devia.

Ela pareceu tomar uma pausa para colocar os pensamentos em ordem.
Voltou a olhara para a frente, seus olhos correndo pelo tecido da poltrona da frente, vazia por estarem num vôo fora do horário e maior rota comercial. Ouvia-se apenas o barulho das turbinas e do carrinho passando pela fileira de assentos no corredor.

- Meu avô não imaginou que fosse acontecer, mas logo que os sangramentos e a anemia começaram a minar a saúde dela entendeu que era uma possibilidade. Ela aceitou bem, apesar de tudo, e sempre foi muito cuidadosa a tudo que se refere a mim. Meu pai é um bom homem, incompreendido e reservado demais as vezes, mas honesto e dono de um bom coração apesar de não aceitar essa realidade alternativa. Já minha mãe nunca foi um porto seguro pra mim e dizia que eu deveria estar preparada para o mundo. E eu achava que era para ... o mundo como o conhecia. Ela sempre me desafiou, nunca permitiu que meu desempenho fosse abaixo do esperado e batia forte quando as palavras não surtiam qualquer efeito. Ela é a bússola moral dos meus princípios e chego a pensar que eu não poderia ter nascido assim se o sangue dela não fosse tão... potente... apesar de ser normal.

A pergunta dele fez pensar que desde a descoberta não havia visto nenhum dos dois. Não os culpava por nada, mas gostaria de ter tido a conversa pessoalmente e não por telefone. Seu pai apenas disse "Desculpe" e a mãe se manteve categórica dizendo "Você está pronta há muito tempo pra querer colo agora".

6/3/2015, 13:04

A resposta o pegara de surpresa, ele imaginou que a descoberta do que ela era viesse após o nascimento com algum sinal revelado, é que eles não a entenderiam e tratariam com desprezo e repugnância, mais um sorriso se desenhou em seus lábios ao perceber que não havia sido assim.

Isso não significava que ela tinha dito uma vida fácil, mas que apenas alguns momentos em sua vida valeria apena realmente está viva, enquanto falava ele percebia o amor dela por seus pais, apesar de parecer haver um tom triste e melancólico em cada uma de suas palavras, ele bebeu um pouco mais de sua bebida.

― Me desculpe.... Não queria trazer à tona lembranças antigas ou feridas cicatrizadas, sei como pode ser duro lembrar do passado.

Jhaeson se pegou pensando no seu passado, uma vida até razoavelmente comum, se não fosse as tragédias que se abatiam em sua vida com constante frequência.

― Seus pais parecem ser gente boa, eles sabem que existem mais de seres como eu ? Seu avô contou a eles, ou restringiu o conhecimento apenas o básico para explicar sua existência? Como foi passar pelo exército carregando esta força escondida em você que não sabia explicar...

6/3/2015, 13:25

- Amo meus pais. E sei que eles podem servir de isca para me atrairem. O que não me permite sumir para um lugar onde nenhum de vocês me acharia é o fato deles se recusarem a ir comigo. Eles são o meu calcanhar de Aquiles.

Ela não se importou em dizer o que era seu plano principal, desde o princípio, mas que não funcionaria por motivos recém esclarecidos.

- Meu pai sabe algumas coisas, mas finge que não. No fundo ele é como qualquer humano que teme o que não compreende e por isso se nega ainda mais. Já minha mãe... - ela fez uma pausa e um sorriso enorme se desenhou em seus lábios, parecia orgulhosa - falou ao meu avô quando essa foto aqui foi tirada... - então se virou novamente para Blayke e mostrou o interior do relicário que continha uma foto do avô vestido com o uniforme de xerife e um bebê nos braços - "Não poderei ser a mãe que ela precisa se souber de todos os riscos que ela corre. Não quero que me contem nada e assim vou torná-la quem ela precisa ser para sobreviver..."

Ainda próxima deixando o relicário aberto para ele observar pelo tempo que quisesse e só então quando ele se afastasse ela o guardasse novamente dentro da roupa sorriu novamente e completou:

- Qualquer semelhança entre nós duas não é mera coincidência. Ela se recusou ouvir qualquer coisa que não fosse indispensável mas sabe que havia outros e acho que ela pensa que todos são diferentes do meu avô, como aqueles que o mataram. Minha mãe é prática, racional e odeia que seu foco seja reduzido no que quer que faça. Pra você ter uma ideia ela se recusa a cozinhar se meu pai estiver vendo televisão na sala. Ela ordena que ele suba para o quarto a fim dela preparar a refeição. No fundo ela admite que tem déficit de atenção para os mais íntimos e mesmo um comercial pode tirar sua concentração. Bem... eu sou ... diferente desde sempre. Em parte achava que era por conta da minha criação, depois bençãos da natureza e por fim, quando entrei no exército achei que era digna de tudo aquilo. Não que fosse tudo um mar de rosas, mas eu aguentava o tranco e dava conta do recado, como muitos outros. Apenas quando entrei para os SEALS realmente pensei que ... havia alguma vantagem em ser eu. Não era como se todos quisessem fazer sexo comigo, mas muitos tentavam e bem... você sabe como essas coisas são...

6/3/2015, 13:52

Jhaeson ficou contente quando ela continuou a falar dela, mesmo que não admitisse estava intrigado sobre ela, e queria conhecer e saber mais, continuou falando do amor por seus pais é como eles eram sua fraqueza, não de uma forma que fossem um peso, mas do tipo que também era capaz de fortalecer.

Disse que seus pais sabiam algumas coisas, a mãe mais que o pai apenas para ajudar na criação de sua filha, de fato ela deveria ter sido incrível, quando ela mostrou o pequeno pingente em seu pescoço os dois ficaram próximos, ele olhou a foto com atenção vendo as feições tanto do homem em uniforme como o bebe em seus braços que sorria inocentemente, continuo olhando o pingente, enquanto relatava características de sua mãe, assim como semelhanças que de fato eram traços evidente nas duas.

Jhaeson se afastou enquanto ela falava do seu tempo no exercício e como era ser mulher em meio a tantos homens, assim como a cobiça que chegava aos olhos dele, Jhaeson conhecia bem isso afinal serviu ao exército, fazia parte dos soldados que iam em missões perigosas, de corpo tático e estratégico, ingressou aos 18 após a perda do pai, e ficou até os 21, onde precisou sair por causa de sua condição misteriosa que adquiriu por acaso.

Passou por todos os treinamentos, os mais difíceis, seu pai era um amante da pratica e havia servido ao exército, é queria que ele servisse querendo realizar o desejo do pai se alistou, como humano comum ele sofreu as mais duras provações.

― Quanto eu servi eu tive que ralar, devo dizer que fui pego em algumas das peças dos companheiros de dormitório e até patentes mais altas, mais era esperto e não demorei a pegar o jeito da coisa.

Sorriu a se lembrar, afinal tinha seu lado bom, adquiriu físico, força, inteligência, práticas de combate, é armas assim como o fascínio de muitas mulheres em saber como é ficar com um soldado que participava de missões perigosas. Voltando para a realidade do momento, deixou o sorriso desaparecer de seus lábios.

― Em seu tempo de exército notou alguma coisa estranha? ― Falou de forma bem ampla para saber o que ela teria visto ou presenciado.

6/3/2015, 14:05

- Também tive que ralar. Fui criada em bases e meu quintal era uma área proibida para civis. O cenário perfeito ... hoje eu sei. Não tive muitas surpresas ao entrar na marinha embora minha mãe preferisse que eu fosse da aeronáutica. Entendo que ela me queria o mais longe possível de tudo e todos, mas meu amor pelo mar falou muito mais alto. De qualquer forma para meus pais irem jantar sozinhos ou quando estavam ocupados trabalhando eu tinha tios e tias que eram verdadeiras babás de guerra. Então por isso nunca fui pega em nenhuma brincadeira, embora muitas vezes fingisse que sim para ter um pouco de sossego. Homens são persistentes quando querem algo... e as mulheres sentiam alívio quando eles se concentravam em me atazanar e as deixavam livres para comer, dormir, se exercitar e banhar em paz.

O pingente já estava guardado e ela recostada novamente no estofado da poltrona. Percebeu que não havia questionado nada sobre o passado de Jhae' e curiosamente ele falava por boa vontade. Talvez fosse o medo de voar que o obrigava a manter a mente e a boca ocupadas.

- Estranha... ?

Não havia compreendido onde ele tentava chegar.

6/3/2015, 14:27

A pergunta pareceu pegar ela de surpresa, ele olhou nos olhos dela.

― Você sabe seus sentidos eram aguçados, mesmo você não sabendo o porquê, você nunca sentiu, ou presenciou nada que achasse estranho, confrontos as vezes são travados por poder, como Albion falou ele tinha os dele dentro do exército mais os outros também, conseguia dizer quem era diferente.

As perguntas vinham a mente e saiam pela boca de Jhaeson com muita facilidade, talvez perguntasse porque mesmo sem ser um lobisomem na época teve algumas vezes que viu coisas estranhas, que colocou a culpa na bebida para não acharem que era louco.

O avião sacudiu neste exato momento, fazendo o ombro de Jhaeson tocar os dela, uma voz soou no alto falante.

― Senhoras é senhores não precisam se preocupar esta turbulência e normal, estamos passando por uma frente fria imprevista, mas já estamos contornando, o percurso não será alterado, obrigado.

E desligou enquanto Jhaeson agarrou o braço da poltrona com a mão direita, suas unhas haviam se tornado garras instintivamente.

6/3/2015, 14:37

Ela pensava na melhor resposta para dar. A princípio seria um não seco e totalmente sincero. O que ela não sabia, mas estava na cara desde que as revelações começaram era que ela havia sido preservada de muitas coisas e que ser colocada em contato direito com um outro lobisomem poderia descambar em algo ruim, afinal, o primeiro a quem tivera contato havia acendido sua libido e feito com que ela ficasse numa posição delicada. Isso explicava em parte a paixão avassaladora que tivera pelo Ray ainda na infância. Ela sentia algo diferente por ele, mas até então achava que era apenas amor.

- O que eu penso é que fui preservada. Percebo que os ambientes que frequentei eram controlados, fossem pela minha família, pelo Ray ou por contatos do Albion nas forças especiais. Nunca senti ... - parou para pensar o que dizer a fim de não aumentar o vexame - qualquer presença como a sua. Então entendo que meu radar esteve adormecido ou quem quer que tenha estado por perto sabia se camuflar.

Aquela turbulência indicava que estavam avançando cada vez mais próximo a região costeira, onde as nuvens vindas do oceâno encontravam os bolsões de ar das grandes cidades londrinas.

- Jhae'... - procurou não dar qualquer alarme, mas instintivamente apertou a mão dele na tentativa de fazê-lo alcançar novamente o estado de calma necessário para recolher as garras antes que desfiasse por completo o estofado, ou pior, alguém as visse.

6/3/2015, 15:15

Ela respondeu à pergunta o surpreendendo mais uma vez por não ter notado os olhos em cima dela ou por não querer ter visto, a turbulência desconcentrou Jhaeson o fazendo descontrolar, revelando suas garras.

Ela segurou a mão dele, ele a olhou nos olhos, seus olhos mudaram para um dourado, quando ele o alertou que as garras haviam sido reveladas, ele respirou fundo, fechou os olhos e respirou por algumas vezes fazendo elas se retraírem.

― Obrigado... ― Disse ela abrindo os olhos novamente.

6/3/2015, 15:37

- Tá tudo bem.

Ela retirou a mão de sobre a dele tão logo as garras sumiram. Naquele momento sentiu o risco que havia corrido. E se ele a tivesse atacado? Ou alguma parte do avião? Teria não apenas denunciado a sua presença como tudo viria a ruir por conta do inexplicável.

Sabia que ele era rígido, frio e competente. Quase perguntou o que havia de errado, se era possível ajudá-lo de alguma forma, mas percebeu que precisava afastar a mente dele dos problemas. Nada tão conflitante como falar como viajar de trem seria melhor, mas sim mantê-lo distraído quanto ao destino.

- Antes que eu me esqueça... você tem algum problema com gatos? Eu tenho um lá em casa, Pyro é o nome dele. E embora eu não queira levá-lo, já que ele se dá muito bem com Ray e vive indo do meu quarto para o farol, quero ter ele por perto antes de partirmos... Bem, você nem sabe como a ilha é, não é verdade?

6/3/2015, 15:50

Ela se distanciou logo em seguida, ele escorou a cabeça na poltrona e tentou relaxa o melhor que conseguia devido aquela situação, ele sabia que estava sendo um inútil por se sentir daquele jeito mais não era uma coisa que ele poderia controlar.

Connie começou a falar para tentar distrai-lo de outro incidente daquele ou pior acontecer, afinal a existência deles deveriam ser um segredo, ela falou do seu gato, é se ele conhecia a ilha.

Abriu os olhos ainda com a cabeça recostada se virou para ela.

― Não conheço sua ilha, o segredo sobre você era desconhecido até mesmo para mim, não tive muitos detalhes sobre seu gato... Bem eu não tenho nada contra, mais acho que eles não gostam muito de mim, ficam assustados na minha presença, com os pelos eriçados e sempre que tem uma chance gosta de me arranhar e fugir. Mais pode passar o tempo que quiser com ele até traze-lo se achar o melhor.

Falou mesmo ela dizendo que não queria tirar ele do lar, mas sabendo que talvez isso fosse ajuda-la a se sentir melhor.