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WELL
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FAMILIA DRAGÃO
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31/3/2014, 17:15
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Este poema sempre me faz refletir em tanta coisa, ele me faz ver o que eu era é o que me tornei, mesmo sendo um humano, shakespeare se mostrou a frente do seu tempo, ele era capaz de captar o mais belo de um ser como também o pior, este escrito é o original encontrado em um antiquário, adquiri por acaso ao encontrar dentro de um livro que continha alguma referencias importantes.

Mesmo tanto tempo ter se passado as mesmas perguntas me assolavam. - Quanto tempo se passou desde que tudo aconteceu? Um século... Dois talvez? Difícil dizer quando o tempo parece parar, as coisas mudam, as pessoas se transformam mais aqueles que não são atingidos pelo inimigo mais fugaz fica inerte, parado no mesmo ponto, conservando a mesma face.

Os dias se tornaram obscuros nos primeiros anos para mim, quantas vidas será que tirei? Quantas famílias fui destruidor? Ou quantas histórias de terror devo ter proporcionado aos loucos que presenciaram as matanças sem sentido... Fiz com muitos o que fizeram comigo, me tornei aquilo que acabou comigo, irônico é patético!

Quem sou? Não é a pergunta certa a fazer, mais o que sou, está e a pergunta mais adequada. Sou um andarilho da noite, um ser sem alma um monstro coberto por beleza e sedução, sou o monstro que não revela sua real forma, eu sou um vampiro!

Chamo-me Uriel Ivanov, mais nem sempre este foi meu nome, em um tempo a muito esquecido fui chamado de Urias, tinha uma vida humilde sem muito luxo mais era muito feliz com o que tinha ate tudo isso mudar. Tudo se transformou e apenas uma coisa permaneceu em minha mente, “vingança”.

Faria o que precisasse para acabar com aquele que acabou com tudo que eu tinha, mesmo sendo um monstro não iria dar o prazer de morrer apenas, afinal um desafio foi lançado, e se “sobrevivi” e para ser o carrasco daquele que brincou comigo, mas para isso deveria ser feito no tempo certo.

Para isso um busca de informação precisaria ser feito conhecer as historias que regiam a sombra do mal que vinha com Maquiavel, o renegado de Caim, com isso fui até mesmo forçado a fazer a conhecer os Volker, uma tribo que não deve ser irritada, é se Maquiavel os temida eu precisava conhecê-los.

Afinal o inimigo do meu inimigo e o meu amigo, mesmo sem confiar, poderia usar isso ao meu favor, com o tempo aprendi a buscar aquilo que almejo com calma, afinal tenho todo tempo do mundo...



Última edição por WELL em 28/6/2014, 12:12, editado 1 vez(es)
Greyheart
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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo I - 2004

20/5/2014, 10:24
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Instinto. Dizem que você tem, ou não tem. Simples assim. Aos 18 anos eu acreditava ter muito, e de sobra, e hoje olhando para o passado fico pensando como eu fui inocente.


Inocente talvez não seja a melhor palavra pra definir, já que vivi e cresci em bases militares. Apesar do quão chato ou duro isso possa parecer, acredite, eu vivia no céu e não sabia. Vou colocar da seguinte forma: imagine homens e mulheres de poder, que podem deslocar sua traqueia num segundo ou atravessar seu crânio com um disparo de 100 metros enquanto jogam cartas. Agora imagine essas mesmas pessoas lhe tratando como "a sobrinha querida" quase que em tempo integral.

Duncan, meu pai, conheceu Alexa, minha mãe, quando fazia uma visita técnica e sugeria melhorias para o centro cirúrgico na base. Acho que o clima deve ter sido muito bom, diferente das condições de segurança e ventilação (das quais até hoje ele reclama nas festas de final de ano depois de tomar muita gemada com rum) pois, na folga seguinte dela saíram para dançar e três meses depois ele a apresentou a família.

Ele era engenheiro, já ela médica e havia um mar de diferenças entre os dois. "Nada que realmente não apimentasse ou deixasse a relação mais interessante" isso é o que ela diz depois da mesma gemada. O fato dela ser americana e ele inglês parece ter gerado uma química bastante incomum, que atuou como uma cola que os tornou tão ligados que ao final do primeiro ano estavam casados eu já estava a caminho. Minha mãe diz que suturou a carótida de um soldado que se feriu num treinamento enquanto tentavam arrastá-la para a mesa de parto. Diz orgulhosa que trabalhou até o último minuto possível antes de praticamente amarrarem-na na maca. Meu pai fumou uma caixa de cubanos em casa pois estava impedido de entrar na sala de cirurgia e vê-la "daquele jeito". Ordens dela.

Cresci mudando de tempos em tempos, minha mãe sempre chefiando um dos turnos da equipe médica, meu pai cuidando de projetos e atuando como conselheiro técnico, já que não podia ser realmente contratado pelas Forças Especiais por ser um estrangeiro não naturalizado.

Onde quer que eu fosse, era conhecida e reconhecida, e desde muito pequena aprendi a ter intimidade e respeito pelas pessoas nos momentos certos. Coisa que se pega rápido depois de quase ser levantada pelas orelhas enquanto diziam "Na frente do superior não Connie..."

Foi uma boa infância chegar de jipe na escola, ter a dúvida expressa no rosto dos meus professores quanto a minha hiperatividade e péssimo comportamento, voltar pra casa com dentes a menos por cair na porrada com alunos mais velhos a fim de defender os direitos da minha turma que também queria brincar na quadra durante os intervalos. É, foi uma ótima infância.

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Contudo, nada, nada mesmo me fazia tão feliz quanto ir passar as férias em Anglesey, mais especificamente no litoral de Ynys Llanddwyn. Eu visitava a Constance original, comia muitos pedaços da sua torta de pecã com gengibre que sempre estava morna no forno a lenha...

Também a ajudava no jardim, na horta e com os animais. Até hoje não entendo como é que precisava cruzar o Atlântico para ter acesso a galinhas, porcos, cabras e uma vaca. Perto de voltar meus pais sempre começavam a caça ao pintinho, uma vez que eu sempre elegia um pobre coitado que seria levado escondido para casa. Sorte que nunca saíram conosco da ilha, certamente teriam morrido durante a viagem, ou de desgosto no concreto da base.

Meus pais não tinham lá muito interesse em explorar a ilha, algo que já deveriam ter feito até a exaustão nos tempos áureos de suas vidas, mas eu sempre encontrava uma nova rota, criava uma trilha e dava um jeito de me divertir, só que nenhum deles superava a minha alegria de ver e estar no mar.

Pela manhã, quando a maré estava baixa, eles me levavam para a orla e os pescadores já me aguardavam com as redes abertas para que eu ajudasse a dobrar, então preparavam tudo enquanto eu os atrapalhava e depois subíamos nas escunas para voltarmos apenas no final do dia.

Em cada uma destas viagens o desejo de estar mais próxima de tudo isso foi se consolidando e quando aos dezesseis anos eu confessei para a minha mãe que iria morar na Inglaterra ela ficou aterrorizada. Inventou mil desculpas, falou sobre o sonho que tinha sobre eu seguir uma carreira brilhante em qualquer emprego normal – e honesto - e me chantageou como pode. Já meu pai, sempre mais tranquilo e eficiente em me convencer – era ele quem me explicava que o pintinho morreria na América – sugeriu que eu entrasse na Marinha e ainda que contrariada, minha mãe soube que era a única saída para evitar aquilo que ela mais temia.

O treinamento foi ostensivo, mas nunca fui molenga e tinha certa disciplina quando era do meu interesse. Só precisei fazer com que ela aumentasse e se tornasse natural, acho que instintiva se encaixa aqui. Parecia mais fácil do que realmente era no final. Na primeira tentativa ingressei e quando liberada após o treinamento fui trabalhar em um porta aviões no Pacífico. Lá alcancei o posto de Cabo E-4 e um leque de possibilidades se abriria, mas apenas uma ideia me instigava: ir além.

Mulheres eram raras na Marinha, tinham que saber se virar e isso significa inclusive lidar com homens que fazem de tudo para boicotá-las. Aprendi a duras penas que certos tipos não toleram garotas de farda e no máximo as suportam por conta de patente, ainda que estas salvem seus traseiros brancos todos os dias. Sempre busquei lidar com a hostilidade de forma pacífica, com um sorriso no rosto e palavras razoáveis, mas diferente do que acontecia na escola, ali as coisas eram resolvidas a noite, pouco antes do jantar e no meio de um círculo humano que te empurrava de volta pro "ringue" enquanto do alto das cabines os superiores tomavam scotch.

Era cansativo e doloroso, cada um deles ao longo do tempo queria arrancar seu próprio pedaço e diferente das outras garotas nunca cedi facilmente o meu. Algumas acabavam se envolvendo romanticamente com outros oficiais e automaticamente conseguiam salvo conduto. Já aquelas julgadas feias e também supostamente homossexuais – como eu – viviam o inferno até se acostumar ou eles serem freados por conta de ordens do alto escalão. Comigo nenhuma e nem outra coisa aconteceu, mas resisti.

Não tomei sangue de serpente, nadei, corri, flexionei e distendi diversos músculos do meu corpo pra virar... mulherzinha. E até a noite que antecedeu minha saída para os exames e testes a fim de me tornar uma SEAL fui dormir com o punho dormente. Só que no fundo, ao meu modo, sei que os divertia e me divertia também. Eles adoravam ver o sangue espirrar na pista de pouso e decolagem, fosse o meu ou de um colega. Isso sem falar que também era algo rentável, pois haviam apostas.

Na época eu jamais saberia e por isso torno a dizer: inocente. Tudo estava sendo relatado a alguém, tudo que acontecia e especialmente ... de que forma eu me comportava e reagia.


Última edição por Greyheart em 28/6/2014, 02:20, editado 1 vez(es)
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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo II - 2008

28/6/2014, 02:17

Eu me sinto segura dentro dos meus medos...

Ainda que os motivos que me permitiram me tornar um caso de rara exceção sejam escusos, foi ótimo enfrentar aquele desafio. Se antes na marinha eu já sofria duras penas, quase enlouqueci no treinamento para me tornar aquilo que não assumem existir, uma SEAL.

Jamais fui citada em qualquer projeto, relatório ou entrevista e quando algo neste sentido realmente se tornava problemático, misteriosamente alguns pauzinhos eram mexidos e a falsa paz voltava a reinar.

Homens não entram facilmente para as forças especiais e a disputa se tornou mais acirrada enquanto tipos fortões e vigorosos foram desistindo ou sendo reprovados nas avaliações e eu prosseguia ainda que sob olhares duvidosos.

Até hoje as frases que mais me recordo falam sobre como apenas a agressividade pôde me manter a salvo, e a minha equipe. E esta foi uma das equipes que esteve envolvida em eventos históricos entre os quais eu posso citar um certo terrorista saudita cuja morte até hoje é discutida e polemizada.

Testes e treinamentos exaustivos nos levam até a beira da loucura, e nos empurram para o abismo sem volta. Temos que ser preparados física e mentalmente para enfrentar os desafios que ninguém mais pode e isso significa ultrapassar a barreira do que é ou não humano. O treinamento – segundo muitos – considerado o mais pesado entre todas as forças do mundo.

Um dos treinamentos responsáveis pelo maior índice de desistências é o chamado "Resistência ao Afogamento". Compete a nado com mãos e pés amarrados, mergulhados numa piscina de três metros de profundidade onde somos obrigados a ficar a tona por cinco minutos, boiar por mais cinco, nadar cem metros, ficar a tona por dois minutos, fazer algumas voltas para frente e para trás, nadar até o fundo da piscina e recuperar algum objeto com os dentes e voltar a superfície para ficar a tona mais cinco vezes.

Também tivemos que enfrentar tortura das ondas, pistas de obstáculos e a "Semana Infernal", quando treinamos por cinco dias e noites completos, com um total máximo de descanso de quatro horas de sono. Comemos quase dormindo e somos obrigados a discernir as lógica de muitas ordens que se cumpridas a risca nos levariam a morte numa situação real. O inferno geralmente congelante atrapalha tudo isso e é onde a última leva termina desistindo.

Os treinamentos seguintes consistem em aperfeiçoamentos, aprendizado e conhecimento de táticas, equipamentos, meios de transporte, comunicação e tudo que só deve ser ensinado a quem já passou pelo refinamento da "quase-morte".

No final posso dizer que aprendi a transformar qualquer coisa – a dor, o sono, o frio, o calor, o medo e a fome – em agressividade. Os desprovidos desse poder são os que terminam capturados e mortos, comprometem o grupo e por isso não podem lutar em qualquer guerra. Eles são os primeiros a desistir, se render e destruir todo o batalhão. Isso representa a taxa de desistência de 85% dos candidatos.

Apesar de toda esta cultura de força, violência e fé cega, uma vez superados os desafios iniciais grande parte de nós termina construindo laços que além de competitivos se tornam tão sinceros e eternos como se houvéssemos saído de dentro do mesmo útero. E essa é mesmo de longe a melhor parte dentre todas.

A da qual sinto mais falta ainda hoje, foi quando eu me tornei membro da Black Bird.
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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo III - 2011

17/7/2014, 03:34

Como o nome diz, os Seals são uma ramificação das Forças de Operações Especiais e operam no mar, ar e terra. As missões geralmente se dividem em cinco grupos: guerra não convencional, defesa interna contra estrangeiros, ação direta, contraterrorismo e reconhecimento especial. 
Os "carne fresca" raramente formam um grupo homogêneo. Por este motivo, fui inserida num grupo habituado a fazer reconhecimento especial. Depois de meia dúzia de missões onde devia colher informações de locais, obter rotas e dados geográficos assim como análises tipográficas, fui designada para defesa interna contra estrangeiros. Alguns meses numa base aliada conheci pessoas de diversos segmentos e fui selecionada para um teste de ação direta. Deveríamos emboscar uma célula terrorista em terra e fugir por meio d'água com após libertar alguns reféns. 
É um disparate imaginar que eu finalmente passei a ser o mascote especial de qualquer agrupamento, ao contrário, havia assinado um termo onde tanto minha identidade quanto atos permaneceriam em segredo visto que era uma fase experimental. Qualquer falha de minha parte seria um regresso para a corporação e eu pagaria com prisão administrativa. Vivi sob tensão constante e temi cada dia e cada noite por minha vida e do restante do grupo quando a coisa ficou bem clara: "se der M****, vai sobrar pra você...". 
O grupo recém formado para ação direta obteve êxito e recuperamos com tranquilidade um premier francês, dois chefes de estado norte americanos e um cônsul japonês. A missão foi realizada com sucesso além do esperado e todos integrantes foram convocados para um novo projeto. 
...
Além de mim foram convocadas figuras tarimbadas advindas de seções diversas. Herbert Donnovan, o Bocão, Justin Beavour, o Quatro Dedos, Nicolas Kelser, Nick Perigoso, John  Spills, o Big J, James Theodore, o Jimbo e Trevor McNamara, o único sem apelido por ser naturalmente complexado. 
O Bocão tinha esse apelido por ser aquele que mais se gabava e descolava mulheres entre os SEALS. Era engraçado e bem humorado, além de bonitão também, pena que nunca fez meu tipo. 
Justin era conhecido como Quatro Dedos por quê três vezes durante os meses de treinamento ele quebrou o mindinho e teve muita sorte em não terminar dispensado só por que suportou bem fazer os exercícios e provas com tala. Já o Nick Perigoso tinha fama de pés ligeiros e era muito calado, discreto, peferiram isso a chamá-lo de Ninja por ser antipatriótico. 
O Big J era uma máquina de matar, grande, forte e habilidoso com as mãos, não era páreo para ninguém no mano a mano. Jimbo era o oposto do John e dominava tudo sobre equipamentos, o nerd boa gente que (só) parecia (ser) inofensivo. O McNamara era esforçado, mas muito azarado. Sofria situações que pareciam levá-lo sempre rumo a um rumo inesperado e azar certo, então no fundo todos torciam por ele e se fosse ganhar um apelido certamente não seria algo muito respeitoso. 
Certa vez o chamaram de "Mãos de Alface" por quê ele deixou uma sacola com granadas cair no chão, o que não repercutiu muito bem e depois de um trote misterioso os engraçadinhos que o nomearam ficaram sem roupa, bote e tenda no meio de um exercício classificatório. Ficou só McNamara e pronto. O que apenas os íntimos sabiam era que ele era neto do secretário de defesa dos Estados Unidos durante maior parte da década de 60, e em segredo brincavam chamando-o de Secretário. 
Nick, Jimbo e McNamara eu conheci desde o início, quando ainda fazíamos testes e éramos avaliados em 2008. Nick jamais se mostrou muito interessado em mim, mas me ajudava no que fosse necessário quando estava por perto. Jimbo sempre se dispunha a esclarecer minhas dúvidas sobre ondas curtas e terminais de comunicação e o McNamara que a princípio se mostrou incrédulo com a minha simples presença entre os cadetes, depois passou a me admirar e respeitar como poucos jamais fizeram. 
Já o Big J conheci quando fui fazer reconhecimento especial, em duas ou três missões ele foi minha única retaguarda e companhia. Um cara fenomenal, fácil de se apegar, casado e com três filhos, negro e orgulhoso de sua etnia, caprichoso na cozinha e dono de um largo sorriso, quase tão grande quanto suas mãozorras. 
Na defesa interna contra estrangeiros fui apresentada ao Bocão e o Quatro Dedos que trataram de me ensinar as rotinas e se dividiam em me vigiar para que eu não fizesse nenhuma besteira. Gosto de lembrar da cara deles quando salvei suas peles durante uma missão de varredura. Isso por que evitei a morte de um comboio de soldados que teria sucumbido quando os dois estavam atrasados dormindo num inferninho local. 
... 
O novo projeto consistia na formação de um Esquadrão, nomeado BlackBird. Embora eu fosse a única mulher entre todos os demais oficiais, foi-me atribuído o comando do esquadrão e passamos a responder por códigos, ao invés de nossos sobrenomes. Eu era Bee-bee-one e tinha sob a minha liderança seis homens notáveis que não apenas aceitaram suas posições como demonstravam confiança em meus julgamentos e decisões. 
Durante um ano e meio fomos responsáveis por apreensões de terroristas, aniquilações de células e bases inimigas, resoluções anti-sequestro efetivas, interferências em táticas de guerrilha, salvamento de civis inocentes, infiltrações bem sucedidas, desarme de bombas e frustração de atentados. Também capturamos grandes procurados e por mais de uma dezena de vezes resgatamos companheiros de farda e reforçamos operações com nosso esquadrão. Não houve perdas, mortes, danos ao patrimônio e tampouco falha em nossas missões. Durante um ano e meio.
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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo IV – 2014

17/7/2014, 17:05
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Todas as noites tenho me lembrado, todas elas, sem exceção. 
Me lembro do sangue, do choro e da dor. 

A última missão do Esquadrão Black Bird ocorreu numa noite chuvosa, era uma sexta-feira e no sábado faríamos um churrasco na casa do McNamara. Seria o aniversário dele, estávamos alegres e tínhamos algo simples a realizar: sobrevoar o Pacífico, parte desceria até um bote e o restante cruzaria a praia e saltaria num ponto específico para destruir a torre de comunicação inimiga. 

Desci para o bote junto do Bocão e Big J. Já Quatro Dedos, McNamara, Jimbo e o Nick Perigoso seguiram com o MH-60 Black Hawk. Seguimos de acordo com o combinado e antes de aportarmos numa área da praia nossa posição foi descoberta. Ainda na água tivemos que eliminar os soldados inimigos que nos receberam com uma chuva de balas. Já na areia percebemos que o Bocão estava ferido e cuidamos de fazer um torniquete para impedir qualquer perda gradativa de sangue. 

O que não imaginávamos era que após saltar na mata fechada a outra parte da equipe terminaria andando em círculos sem encontrar a rede de comunicação, que segundo as instruções recebidas deveria estar no ponto de salto indicado. 

Sem conseguirmos progredir na velocidade estimada, fomos novamente emboscados por um novo grupo de sodados que ouviu o pedido de ajuda do primeiro que nos vira ainda na água. Big J sugeriu que fugíssemos, mas não conseguiríamos fazê-lo com o Bocão naquele estado. Ficamos para lutar até que nossas munições acabaram e tivemos que partir para a luta corporal. Depois disso ele e eu nos espalhamos estrategicamente deixando Donnovan escondido ao pé de uma árvore com tronco bifurcado na zona alta da floresta. 

Lutamos como podíamos, Big J matou mais meia dúzia deles e eu três o quatro. Nada daquilo fazia sentido, eles ainda podiam se comunicar através dos rádios e então percebemos que algo de muito errado havia acontecido com o restante do nosso esquadrão. 

Quando voltamos para resgatar o Bocão o vimos cercado por muitos atiradores que o espancavam e exigiam que ele entregasse nossas posições. Ele cuspia sangue e dentes enquanto a tortura seguia e nós decidíamos sobre o que fazer. Sem mais conseguir suportar ver aquilo convenci Big J a dar a volta enquanto eu fingia me entregar, o que na minha cabeça poderia significar uma ínfima chance de sobrevivência. 

Ouvi um disparo pouco depois e os soldados se dividiram sumindo pela clareira e voltando pouco depois arrastando o corpo gigante e imóvel. Foi o suficiente para que eu sofresse meu primeiro apagão em combate. Não sei explicar e nem acho necessário, mas é como se num dado momento você não se preocupasse mais com suas limitações, segurança ou bem estar. 

Você apenas anseia atacar e eliminar. Tudo parece ficar vermelho e insignificante. É como se uma máquina fosse programada para percorrer um trecho numa auto estrada e independente de quantas vezes ela fosse atropelada e jogada para fora da pista, continuasse a voltar enquanto fosse capaz de se mover. 

Corri pela mata e quando me viram se iniciaram os gritos bravios que me mandavam parar e me render. Confusos, olhavam uns para os outros e perceberam que eu avançava ao invés de não fugir. Fui atingida por vários projéteis e senti o tranco como se fossem picadas de abelhas por conta do sangue que fervia e continuei até alcançar o primeiro deles. Bati em seu queixo de forma ascendente com tanta força usando a mão espalmada que ouvi o som dos ossos do seu pescoço quebrando e o crânio virando para trás pendendo apenas pela cartilagem. 

Novos tiros. 

Me virei e de posse do rifle do soldado morto abati os demais. Então percebi estar com a boca cheia de sangue, atirei a arma no chão e tentando manter a calma enquanto mais sangue subia pela minha garganta. Me faltou o ar, e eu finalmente perdi a consciência. 

...

Acordei duas semanas depois no hospital, metade da minha cabeça raspada por conta de um projétil recentemente retirado. Eu havia sido baleada onze vezes e atingida também no braço, clavícula,  pulmão, quadris e pernas. Contudo, tirando algum repuxar e fadiga muscular, não me sentia próxima da morte. Nem distante, apenas indiferente. 

Notei que o quarto tinha um vaso com flores, uma estrela de pelúcia e duas caixas de bombons. Apesar disso me lembro de ter sentido um vazio como poucas vezes antes. Havia ordens para que apenas oficiais do alto escalão entrassem ali e um cartão magnético era necessário para abrir e fechar a porta de vidro blindado. Eu não tinha autorização para circular. 

Percebi que estava numa ala no subsolo do hospital militar Saint Cross, em Albuquerque, no Novo México. Era o que dizia o formulário médico na prancheta aos pés da cama e a constante luz artificial que adentrava pelas janelas estreitas e muito próximas do teto. Antes que pudesse encontrar o controle do ar condicionado no mesmo dia em que despertei, recebi a visita de médicos e enfermeiros. 

Fui informada dos meus ferimentos e quase fingi surpresa uma vez que já tinha olhado o relatório ao despertar. Também soube que estava plenamente recuperada e em breve receberia alta. A única coisa que questionei foi se ali também estavam os outros membros feridos do meu esquadrão e não obtive qualquer resposta concreta. A equipe inteira parecia me temer, algo que num primeiro momento nem mesmo entendi. 

Naquela mesma madrugada recebi uma visita muito intrigante, um coronel veio até meu leito e trouxe um dossiê. Além de ficha, perfis, notas e avaliações havia relatórios de todas as minhas missões. A última com destaque de fitas autocolante vermelha em diversos pontos ressaltava que Quatro Dedos, McNamara, Jimbo e Nick cruzaram a mata e ciente que estávamos no escuro chegaram em tempo de nos socorrer. A artilharia pesada, minas explosivas portáteis e o retorno rápido do helicóptero foram providenciais para nossa fuga.

- Onze disparos... - comentou com voz fria o coronel grisalho cujo nome não decorei após eu terminar a leitura do relatório. – Você não leu sua ficha médica aí, leu?

- Com todo respeito senhor, não vejo necessidade. Em breve terei alta, e estou mais interessada em saber sobre os demais membros do esquadrão... 

- Pois deveria olhar oficial. Nela existem informações confidenciais sobre você e memorandos que falam sobre seu biotipo único entre todos os recrutas da sua série. 

- Sou dura na queda senhor, e por isso estou aqui. Talvez ainda não tenha chegado minha hora também, a vida é um mistério e não me preocupo em desvendá-lo. Me preocupo com meus homens.

- Como queira, fique com este arquivo, o dossiê possui outras cópias. Quando ficar curiosa demais sobre si mesma, olhe-o com atenção. Você está dispensada de seus serviços pois o esquadrão Black Bird foi desfeito. Os oficiais feridos vieram a óbito e os demais alocados numa nova missão também tiveram problemas que causaram suas baixas. Isso é tudo, agradecemos por seus serviços, você receberá aposentadoria integral sem qualquer risco de nova convocação. O país agradece por seus esforços e os reconhecerá através do cumprimento das cláusulas que seu contrato possuía. 

Qualquer pessoa teria sucumbido a loucura naquele instante. Ficar sabendo que meus amigos morreram ao mesmo tempo em que uma aposentadoria forçada foi atirada no meu colo fez o monitor cardíaco bugar e eu me sentia tão fraca e trêmula que perdi a consciência assim que o general se levantou e me saudou com uma última continência antes de se retirar. 

Acordei com novas agulhas borboleta espetadas em meus braços e apenas desatei a chorar. Chorei até sofrer nova exaustão, o monitor cardíaco apitou novamente e uma enfermeira veio dar tranquilizantes que me deixaram dopada por mais dois dias. 

Após receber a alta contatei a senhoria da pensão onde eu morava na Pensilvânia pedindo que reunisse todos os meus bens e os enviasse para a Inglaterra. Além de total discrição, pedi que não desse qualquer informação a meu respeito aos meus pais e aguardasse o depósito do aluguel antes de enviar meus pertences. Meus pais não se preocupavam com minha falta de contato pois sempre estiverem cientes que muitas missões se estendiam e sobrepunham e atrapalhavam nossas agendas.

Durante os vôos com escalas até Stansted li boa parte do dossiê e confirmei algo que exames médicos citavam durante toda a minha vida: períodos de intensa anemia, constante desiquilíbrio na taxa de contagem de hemácias e leucócitos e grande concentração de ferro e zinco nas estruturas musculares e ósseas tida em muitos laudos como algo alarmante. 

Contudo, o trecho que mais me chamou atenção foi uma análise feita através de equipamentos caros e de gama radioativa que decretou: 

"O desequilíbrio celular é intenso, sem qualquer pressuposto ou informação categórica anterior. As células lábeis – de regeneração rápida – foram anormalmente encontradas por todo organismo. Já as estáveis – cuja replicação dos núcleos permanece estável a maior parte do tempo – foram comprovadas com alta superatividade e por fim, as perenes – basicamente incapazes de ser reconstruídas – são raríssimas, beirando uma taxa de 0,0000000001 x cm3 em diversos tecidos coletados."

Isso aliado a "possíveis, apesar de pouco prováveis, alterações no DNA examinado" me fez atirar o relatório na bolsa e encarar as nuvens o restante do vôo. Quando finalmente cheguei em Londres decidi não esperar nenhum instante e embarquei no primeiro trem que me deixaria próxima da costa e depois de 27 horas de viagem eu finalmente estava onde desejava.

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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo V - Em casa

19/7/2014, 00:47
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"Toda a escuridão dentro de mim
Lentamente vaza dos meus ossos
Tudo aquilo pelo que eu tenho carinho
Está morrendo lentamente, ou já se foi..."










Abrir o pequeno e bem cuidado portão me despertou sensações únicas. Aquela era a segunda vez em que eu ia sozinha para Llanddwyn Island e desta vez com o melhor motivo de todos: para ficar. 

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A outra foi a fim de resolver algumas pendências junto ao condado de Warren, que desejava tomar a casa já que meu pai simplesmente abandonara as terras, o imóvel e as questões tributárias depois de alguns anos da morte da minha avó. 

Meus pés afundavam na grama generosa que parecia brincar comigo me saudando pela visita tão rara. Percorri o estreito de cascalhos rumo a casa dos meus avós, que terminara transferida para o meu nome após a quitação das dívidas. Aquele finalmente seria o meu lar, com há tantos e tantos anos eu desejava e jamais vi chances de ver se cumprir. 

Assim que alcançava as muretas brancas de cal me surpreendi com um gato que ouvindo minha aproximação saltou e caminhou por sobre uma delas até me encontrar no vão que permitia a entrada na minúscula área fronteiriça. Um animal tão espetacular, dono de olhos tão vibrantes quanto sua pelagem alaranjada que afaguei-o sem qualquer temor e ele ronronando o carinho retribuiu dando cabeçadas em minhas mãos. Sorri e continuei pela trilha até alcançar a primeira porta da antiga construção. 



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Ela casa havia sido construída para ser a casa das máquinas há incontáveis décadas atrás, e meu avô havia comprado por amar a vista no farol. Minha avó concordou a contra gosto no início, mas depois se apaixonou dizendo que era bem arejada e fácil de limpar. Composta inicialmente por três entradas para os armazéns teve uma das paredes demolidas para criar um ambiente único de sala, cozinha e toalete. O terceiro cômodo foi dividido em dois blocos e passou a abrigar uma pequena biblioteca que mais tarde virou o escritório do xerife e um corredor foi criado a fim de permitir  acesso apenas dos ambientes da casa para o quarto do casal. 

Nos fundos havia a pequena lavanderia com um tanque de pedra e muitos varais, tudo isso num quintal tão grande que parecia assustadoramente perto demais do farol. Um muro e cercas se erguiam para permitir a criação dos antigos animais e evitar que eles divagassem soltos pelos montes e declives. 

A chave dourada chiou e sentiu a resistência da tranca, mas assim que entrei vi tudo como minha memória registrara anos antes. Tirando o pó que cobria os lençóis nada mais brancos e o cheiro de maresia a casa estava impecável. Atirei minha valise e a bolsa próximas a um aparador, fui até o balcão da cozinha abri a torneira e deixei que a água escorresse antes de procurar um copo para beber. 

Caminhei pelo corredor e fui abrindo todas as janelas com as quais cruzava, convidando a brisa litorânea a me visitar. Ao longe ouvia o som da água batendo na pia e descendo pelo cano. Comecei a pensar que talvez fosse interessante trazer energia elétrica até ali, mas só de pensar na dificuldade e o custo que teria soube que me viraria muito bem com a lareira e o lampiões por algum tempo.

Em cada cômodo lia a presença da minha avó, tão cuidadosa e caprichosa, seus pequenos bibelôs de porcelana sobre uma velha penteadeira cobertos pela fuligem amarelada. Soube que precisaria fazer uma faxina urgente, mas antes ajeitaria a cama para descansar. Havia trazido lençóis, fronhas e um travesseiro novo comigo, todos comprados antes mesmo de sair de Albuquerque. 



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Depois de tomar uma ducha rápida coloquei uma camisola de algodão com mangas longas, programei o relógio de pulso para tocar dali quatro horas e depois mudei para cinco. Seria perto do horário do almoço e eu poderia sair para ir até a vila na praia dos pescadores a fim de almoçar e rever os conhecidos. 

Me deitei e depois de um breve cochilo senti algo roçando em meu rosto, algo que embora macio causava cócegas terríveis. Abri os olhos esfregando o nariz e vi um par de olhos verdes me encarando sem a menor cerimônia. Apesar louca para espirrar, fiquei feliz pela grata surpresa. 

... 

Não ouvi o alarme de pulso e acordei as três da tarde, sentindo tanto frio que  meu queixo estava perto de bater. Aninhado junto de meu ventre estava aquele felino, que decidi nomear Pyro. O cansaço foi tão grande que apenas cuidei de me encolher e prender lençol sob o peso do meu corpo. Era perigoso continuar ali: eu poderia terminar passando a noite em claro, sozinha com o gato, comendo amendoins da viagem e sem nenhum punhado de lenha para esquentar a casa. Cochilei em homenagem a preocupação.

Despertei minutos depois e vi Pyro na janela, os pelos laranja esvoaçando com a ventania e o rabo balançando lentamente de um lado para o outro, resvalando na madeira da janela e na parede de ardósia logo abaixo de si. O meu razoável conhecimento indicava que ele estava vendo algo interessante e ao escutar o barulho de passos amassando e espalhando o cascalho soube estar mais do que certa. 

Ainda da cama avistei a figura masculina aparecer aos poucos e aquela farda não me permitiria confundi-lo com ninguém mais... 




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- Eu pensei em gritar lá do farol "Ô de casa... " mas percebi que isso soaria caipira demais até pra você... como vai Connie? - o homem se abaixou na abertura da janela, o gato pulou automaticamente em seu ombro, subiu em suas costas e se aninhou  esfregando as orelhas em nos cabelos castanhos que formavam uma moldura muito agradável de se olhar e intensificavam a beleza do rosto amistoso.

- Ray Bridges? É você?! Eu não acredito... - senti o rosto inteiro ficar vermelho com a emoção repentina – Vamos... entre... eu estava descansando da viagem...

Então corri para a segunda porta e a abri, recebendo-o na cozinha em seguida. Me voltei para dentro totalmente descabelada e tentando fazer um coque no topo da cabeça, dando tapas em duas cadeiras na cozinha e sorrindo sem graça.

- Desculpe, eu não tive tempo de ... fazer nada... ainda... acabei de chegar...

- Tudo bem... eu sei... - ele interrompeu e com delicadeza pegou o gato e o colocou no chão – mas o que estou louco pra fazer não precisa de cadeira - então avançou sobre mim e me tirou do chão, me abraçando em seguida e me retendo tempo suficiente para eu me sentir bastante incômoda. Seu cabelo cheirava a óleo de motor e pinheiros,  quando foi me colocando no chão vi seus olhos claros saltando de felicidade, lendo as minhas pupilas ali refletidas.

- Também estou feliz em te ver grandão... - consegui expelir quando recuperei o fôlego. 

- Eu sabia que viria, até pensei que estava demorando demais. Vejo que conheceu a nova moradora da encosta, ela chegou aqui na noite em que se feriu... 

Eu achei que estava ficando desnorteada então me afastei alguns passos, puxei a cadeira suja mesmo e me sentei. Apoiei o cotovelo no tampo da mesa e fiquei calada olhando minúsculos cadáveres de insetos dissecados ali. Só consegui dizer: 

- Gata? Então é uma gata? Ainda bem que não segui o primeiro impulso e a chamei de Falcor.

Ray percebeu que eu ficara até pálida, se aproximou recostando o corpo no fogão a lenha e ajeitou os cabelos atrás das orelhas. Suspirou e viu a gata subir na mesa, deixar várias pegadas e vir se sentar em meu colo. 

- A gente tem que conversar, mas não precisa ser agora certo?

- E qual você acha que vai ser a melhor hora? Quando meus pais aparecerem por estas portas gritando feito loucos? Quero uma explicação Ray... como é que você sabe dessas coisas? Como é que você saberia que eu vinha pra cá e que tive problemas?

- Seus pais não virão, de nada sabem. Connie, eu jamais faria algo pra te prejudicar então se eles souberem de algo não será através de mim – ele começou a andar pela casa, tocando a mobília e andando rumo pela sala, tomando coragem até voltar e tornar a encarar-me. 

- Sei disso Ray... só preciso entender o que está acontecendo – minha voz morreu no fundo da garganta, melhor isso do que a explosão violenta contra uma pessoa que me era muito importante e eu não via fazia anos. 

- Está bem. Meu pai era amigo do seu avô, como você deve se lembrar. Enquanto o xerife cuidava da vila, autoestrada e arredores, meu pai concentrava seus esforços nas montanhas, acampamentos e florestas, mas sempre trabalhavam em conjunto harmoniosamente quando era necessário. Carl Bridges era quase um devoto de Russel McCulloch desde o dia em que ele o salvara se afogar no Rio Whitetrees. Essa é a história que todos aqui conhecem... incluindo você. 

- Não entendo onde quer chegar Ray... o que meu avô e seu pai têm a ver com isso?

- É, estou tendo alguma dificuldade aqui... tanto quanto tive naquela noite em que confessei meu amor por você, se lembra? - ele deu batidas nas costas de uma das mãos e se retesou, girou nos próprios calcanhares e avançou para a porta como quem ia embora – Abra o gabinete... preciso te mostrar uma coisa...

...

Ray e eu tínhamos nossa história também, ele tinha dezesseis e eu dez quando nos conhecemos e sempre que minhas viagens aconteciam, tentávamos fazer coisas juntos: pescar, nadar, andar a cavalo, ir até as reservas além dos limites da ilha. Tudo que fosse perigoso, imoral ou terminasse com ferimentos... nem sempre leves. Seis anos depois ainda arriscávamos a aprontar, até que percebemos que ficar muito bem juntos e terminamos indo muito além do que provavelmente seria uma mera traquinagem. 


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Chegamos a fazer promessas, juras de amor e por meses a fio eu sofri querendo convencer meus pais que me mudar para a ilha era a coisa mais sensata a fazer em toda minha vida. No verão seguinte cheguei chorosa pra explicar que a situação não poderia ser mais complicada e pedir que ele se mudasse para os Estados Unidos quando apenas recebi uma carta dele dizendo que o que havíamos tido não morreria facilmente, mas para vivenciarmos plenamente o que tínhamos pela frente precisávamos seguir nossos caminhos.

...

Sem saber o que ele queria no antigo escritório do meu avô eu simplesmente peguei a velha chave numa gaveta da pequena cristaleira e o acompanhei até lá fora. A porta parecia emperrada e ele forçou até que com um ranger apavorante ela se abriu e pudemos entrar.

Uma escrivaninha, duas lamparinas, caixas de madeira, livros, cadernos,  também agendas e papéis soltos. O lugar estava um verdadeiro caos, mas tudo parecia até ter um estado surpreendentemente bom. Por conta de ser um cômodo isolado e ter entrada própria deveria ter recebido uma boa dose de ventilação por baixo da porta o que fora capaz de evitar grandes placas de bolor e ácaros.




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- Eu continuo morando no farol, mas estava sem a chave daqui, já que seu pai a levou da última vez e por isso não tive como cuidar de  nada... - Ray parecia tentar se justificar pelo estado natural das coisas – Deixe-me ver... deve estar por aqui... - caminhou até uma fileira de estantes no fundo da sala e começou a dedilhar um amontoado de livros até que finalmente pareceu ter encontrado um em especial.

- O que é?
- questionei vendo ele se voltar e vir na minha direção com algo que parecia um caderno antigo com folhas grandes e amareladas saindo pela capa de couro batido fechada com um cordão de linho muito grosso. Na ponta do cordão havia um pingente, a cabeça de um lobo entalhado em casca de nogueira.

- Você precisa ler isso, enquanto vou para a vila buscar alguns suprimentos quero que vá para dentro e leia, sem pular parte alguma, apenas leia o quanto puder. Providenciarei fluído para as lamparinas e lampiões, madeira, comida, bebida e algumas frutas, mas por favor Connie... preciso mesmo que leia, vai facilitar muito as coisas, pra nós dois.
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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo VI

24/7/2014, 21:46

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Connie abriu a valise e retirou um antigo casaco grosso. Era marrom com botões de madeira em formatos cônicos, peça com um ou outro remendo. Ele pertencera a sua avó, souvenir de uma viagem que fizera com Russel ao Chile quarenta anos antes do seu nascimento. Era quente, longo e macio, suas mangas desciam para além das mãos e deixava apenas um pequeno trecho das canelas e pés para fora. 
Momentos antes Connie vira Ray descer na direção do rochedo onde havia uma bacia arenosa ideal para estacionar veículos sem que as marés mais altas os alcançassem. O rapaz já tinha trinta e quatro anos e acumulara novas cicatrizes, seu corpo se tornara maior e mais denso. Olhar para ele era estranho visto do nível de intimidade que alcançaram para num repente deixarem de se falar. 
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Quando estavam envolvidos ela sabia que tal como o pai ele se tornaria um guarda florestal e por esta razão desejara se mudar para Anglesey e viver com ele. Com o desenlace ocorrido por carta durante muito tempo alimentou mágoa e raiva por ele, tanto que anos antes quando estivera ali para solucionar o problema dos impostos tomara o cuidado de se hospedar na vila pelos dois dias que lá Inglaterra ficou. 
O pai dele havia se mudado para o Canadá em 2005, assim que Ray assumiu seu lugar e ao invés de morar na vila dos pescadores Ray resolveu ir para o farol, com o consentimento da família McCulloch que era dona legal do lugar. Em épocas remotas o farol tinha grande importância para a navegação em torno da ilha, mas com a concentração do fluxo de embarque e desembarque no condado vizinho, chegada de trens, rodovias e a facilidade em realizar viagens aéreas bastava que uma engenhoca eletrônica funcionasse do crepúsculo até o alvorecer, iluminando o rochedo, a prainha e muitos metros mar adentro.
A loura saiu da casa e foi para a praia, encontrou um tronco velho castigado pelas águas na parte seca e nele se sentou. Depositou uma lanterna quadrada e antiga com grande lente circular, pegou a garrafa térmica e usando a tampa caneca se serviu do café de raízes de chicória recém feito enquanto depositava o livro no colo. Já havia removido o cordão com pingente temendo perdê-lo na escuridão e só então reparou que não se tratava de um livro, mas um diário. Um diário que pertencera ao seu avô. 
As páginas eram amareladas, manchadas em alguns pontos com tinta, café ... ou sangue. Difícil discernir. Assim que abriu  viu que a maior parte das folhas estava colada em pequenos grupos e sua atenção foi direcionada para o final do diário onde se concentrou nas primeiras folhas livres. A letra era inclinada e em alguns pontos parecia que as palavras carregavam ansiedade e urgência, terminando não completamente escritas ou alongadas por demais. No topo da primeira página seu nome figurava em tinta preta num título de uma carta para ela redigida: 
"Querida e Pequena Connie..."
Só podia ser ela, afinal, por quê ele chamaria sua esposa de pequena? Os olhos continuaram ansiosos, os dedos roçando o papel ditando o rápido avançar da leitura, jamais lera algo que seu avô escrevera além de cartões postais e pequenos versos que ficavam numa bíblia antiga no criado mudo do quarto. 
"Eventos sombrios se aproximam e me é certo que se este texto for lido por você, não estarei mais entre os que caminham. Tomarei o cuidado de pedir que um amigo guarde este diário para que quando chegada a hora eu possa lhe falar e ajudar como hoje não posso. 
Não faço ideia da idade que tenha agora e torço para que os teus dias tenham sido bons até aqui, já me desculpo por ser em parte responsável daquilo que vai ser mais ... doloroso e difícil de enfrentar. 
Não sei quando e nem como se manifestou, mas já deve ter percebido que você tem maior afinidade muscular, força e resistência do que a esmagadora maioria das pessoas. Arrisco falar que é mais corajosa, impetuosa e irascível que elas também. Isso sem falar que seus sentidos devem ser mais apurados, você consegue ver, ouvir, e sentir além do normal.
Tentar explicar sem te surpreender ou assustar não é algo que se possa fazer, então nem mesmo tentarei. 
Eu sou um lobisomem Constance.
E apesar de seus pais saberem disso, duvido que tenham lhe contado. Ou mesmo sua avó. 
Seu pai sempre sofreu de uma negação sem precedentes e chego a achar milagroso que ele não tenha fugido desde que descobriu. Ele não foi marcado pela minha condição e é terminantemente grato por isso. Não importa.
Já você, desde a primeira vez que a vi eu soube que carregava minha herança em sua existência. Seu cheiro, o olhar alerta e a agitação fora do normal me fizeram saber a partir do instante em que lhe segurei. Mas você não é como eu, e nunca será, nada que deva lamentar. A vida de uma criatura como eu não é algo a se invejar, mas digna de pena perante olhos humanos. 
Espero que continue lendo além daqui... chego a pensar em desistir de escrever por achar que isso é banal demais. Explicar para alguém minha sina nunca foi fácil cara a cara, por escrita é terrível e para você, minha netinha, mil vezes mais leviano. Ainda assim não me veja como um ser infeliz que passou a vida toda se lamentando: eu me orgulho de quem sou e do que represento, embora não seja fácil compreender isso neste momento.
Bem, não é comum termos descendentes diretos, como seria se o seu pai também fosse um lobisomem. Geralmente nos relacionamos entre os da mesma espécie, e curiosamente existe algo no sangue humano que consome nossa essência e com o passar dos anos tem que tornado nossa herança mais fraca. Mas sobretudo é absolutamente raro termos aquilo que nomeamos por parentes, ou diluídos e é por isso que você é ainda mais ... extraordinária. 
Você não terá garras, presas ou mudará de forma, mas o seu sangue, embora impuro, é mais forte do que o dos humanos normais. Isso justifica sua diferença e é importante  que jamais se esqueça disso.  Sua mãe sabe que você jamais poderá doar sangue para ninguém e ela mesma cuidará disso relatando alguma doença que a elimine de qualquer triagem. Mas você deve se lembrar que nunca ficou terrivelmente doente ... "
O cérebro dela estava a toda, a cada linha absorvida uma agonia crescente tomava conta de seu peito que subia e descia rapidamente. As ondas vinham fortes, mas não alcançavam o local escolhido, via a espuma lamber a areia por alguns instantes e ficava perdida. 
Sua consciência finalmente parecia satisfeita, como quem vê revelada uma verdade que ela mesma reconhecia. A explicação causava imensurável estranheza, mas jamais poderia ter imaginado que seu avô era um... monstro. E ainda se orgulhava disso. O imaginou caçando e matando qualquer um que estivesse próximo demais, mas não durou. Não, Russel McCulloch não poderia ser assim, do contrário como teria se casado com uma humana e viveria entre eles? E mais, como poderia representar a segurança, a ordem e a lei? 
Sua mãe dizia que ainda pequena ela sofrera com hepatite severa e isso era algo no qual ela acreditava cegamente, tanto que acreditou que poderia ter problemas em entrar para a marinha. Até  evitava práticas que pudessem danificar seu fígado como beber em excesso, fumar ou ingerir alimentos muito pesados e gordurosos. Pensava em seus pais e se perguntava quantas outras mentiras deviam ter lhe contado para manter a verdade escondida. Voltava a ler mas continuava ouvindo as ondas se chocarem contra o rochedo, notando que a luminosidade começava a baixar e dentro de uma hora no máximo estaria anoitecendo. 
"Lobisomens são criaturas que vivem sob seus próprios códigos e leis. Temos nossos inimigos naturais, mas também aliados preciosos. Somos uma entre tantas criaturas que possuem dons e maldições, poderes e fraquezas inexoráveis e apenas lutam para cuidar do que é seu e sobreviver. Meus antepassados foram guerreiros fiannas, homens e mulheres celtas da antiguidade e por isso conservo em minhas veias o espírito indomável e lutador de um líder entre o meu povo. Você fará parte disso também, mas peço que não se preocupe com isso agora. 
- Cuide de ler este diário, fale com Bridges – que também carrega a besta dentro de si – e mantenha os olhos bem abertos. Sua existência é digna de grande alvoroço em nosso meio e nem mesmo nossos  inimigos ignorarão sua presença. Os nossos a desejarão e não se preocupe com o fato de os humanos parecerem intimidados ou receosos em sua convivência, existe uma parte primitiva dentro de seus corações capaz de reconhecer sua rara condição embora eles mesmos não saibam explicar a origem do desconforto..."
... 
Sentiu que estava vivendo um conto de fadas as avessas. Descobrir daquela ou de outra forma não fazia diferença como ele havia dito, mas tudo parecia tão impossível quanto estranhamente verdadeiro. Estava dividida assistindo uma batalha entre sua mente e seu coração e sem conseguir conter as lágrimas abraçou o diário e chorou. Chorou como uma mãe cujo filho vai para a guerra e volta numa mortalha, um bebê cuja fome é implacável, uma criança deseja ver seu time campeão e perde na final. Foi um choro longo e inconsolável. 
Suas lágrimas riscavam quentes o rosto e desciam manchando a capa de couro. Se sentiu conectada ao avô e mais do que em outros momentos da sua vida o amou, chegando a buscar uma centelha no céu capaz de representá-lo. 
"Lobisomens mortos vão para o céu?" pensou alisando o relicário em seu pescoço, que apenas tirava quando saia para alguma missão quando ainda era uma oficial. Se sentiu mais idiota do que nunca, nem acreditava em céu ou inferno afinal. 

Viu o alto negrume ornamentado pela lua e salpicado de muitas estrelas e quando estava quase se convencendo que tudo ficaria bem sentiu uma presença lhe fitando, protegida a favor do vento e que provavelmente estaria lhe observando há tempos. Olhou para trás e viu Pyro se precipitando sobre o rochedo. A gata era engenhosa e tranquila e descia trotando na areia até alcançá-la e se enfiar entre suas pernas. 
- Quem está aí? - questionou ainda sentada, pois não acreditou que fosse a gata apenas quem a estava mirando antes de se acalmar.
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REVENGE ( FILLER) Empty Prólogo VII

2/8/2014, 14:29
- Achei que já estaria em casa. E como não estava preferi arrumar um pouco as coisas e colocar o jantar para esquentar, então vim aqui e esperei que terminasse... - Ray aparecia depois de ter tentado se afastar sem ser notado – Não achei que tinha me visto... ou sentido que havia alguém aqui.

- É... eu acho que senti – Connie encarava a silhueta dele na escuridão ao responder e agora que o vento havia mudado de direção podia sentir o cheiro característico do guarda florestal – Terminei de ler... a carta... - ergueu o braço exibindo o diário e então se abaixou e o colocou embaixo do braço enquanto com as outras mãos pegava a lanterna e a garrafa de café.

- E como você se sente Connie? - assim que terminou a indagação saltou da elevação montanhosa e mergulhou os pés na areia fofa. Começou a caminhar na direção dela, visivelmente preocupado com o estado da amiga. 

- Não sei se você seria capaz de imaginar... 

E ele não era de fato, por isso apenas se aproximou o suficiente para abraçá-la forte e sentir seu corpo tremendo junto ao dele. Chorava novamente feito uma criança, incapaz de se recompor e recuperar o estado natural daquela Bee-bee-one que era capaz de enfrentar um ataque terrorista como quem descascava batatas, mas estava assustada e profundamente abalada com a descoberta. 

- Você ... sabia de tudo? Você... leu o diário?

- Sei de tudo desde... sempre... mas não podia lhe falar Connie, espero que não se volte contra mim por admitir isso agora. 

- Eu poderia Ray, poderia mesmo. Só que não tenho ânimo pra isso...

- Sua vida não acabou, ao contrário, é agora que ela realmente começa. 

- Como sabendo disso tudo eu posso esperar que esteja sendo sincero? 

- Porque meu pai carrega a besta, minha mãe também era... e eu ... o sou. 

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Connie afastou o rosto do peito dele e o encarou. Então Ray também era um lobisomem? Como podia ser? O mundo parecia girar. 

- Não vou adiar mais. Ouça... e depois faça o que quiser, até me mudo do farol se você ordenar... - ele disse com a voz firme e imperiosa, sem dar mesmo chance dela responder – Meu pai é diferente do seu avô, há sangue de lobos primordiais em vocês, já em nós ... são dos ursos. Diz a lenda que A Sábia viu que os lobos não eram suficientes pra cuidar da terra e abençoou também muitos outros animais com o dom da transformação, então onde quer que você pisasse você encontraria um de nós, ainda que diferente do que somos. Então muitos acontecimentos contribuíram para a drástica diminuição de uns, a quase inexistência de outros e a extinção do resto. É por isso que sempre nos demos bem Connie, por quê de certa forma fomos atraídos um pelo outro e não nego, ainda o sou. O problema é que assim que meu pai soube dos nossos planos me obrigou a desistir de você antes que pudéssemos terminar mortos. Há tanto para explicar ... mas o que precisa mesmo saber é que nunca deixei de amar você...

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Horas e muitas revelações depois voltaram para a casa, onde ela se banhou, comeu e deitou. Ray voltou para o farol com a promessa de voltar imediatamente se ela precisasse de algo. A lua ia alta no céu e a cabeça da impura não deixava-a descansar. 

Ficava voltando em trechos da conversa, quando ele explicava o que acontecia na transformação, como a parte bestial fazia o raciocínio sucumbir, a dificuldade de retomar o controle e ser mais do que uma fera descontrolada, as guerras e disputas, os inimigos, sobre as leis e entre elas aquela que seu avô tentara derrubar antes de morrer: a Propriedade Magna. Ray explicara que ao completar um ano de idade o bebê impuro de qualquer criatura devia ser entregue para o seu próprio povo para ser criado como um deles de modo a compensar a falta de poderes e saber a quem obedecer e ser fiel ainda que lhe custasse sua vida. 

Russel McCulloch não se dobrou diante dessa lei que jazia esquecida por não existirem mais parentes nascidos nos últimos séculos. Alegou ser ela decrepita e inútil além de péssima para os fins que dizia ter. "Uma criança criada longe dos seus próprios pais pode fingir fidelidade, mas nunca amará o povo de que provém pois ele lhe tirou o que há de mais importante numa relação humana"

Ray contou que por inúmeras vezes o avô de Connie enfrentou lobisomens e discutiu com eles, até que fosse convocado diante do Conselho e ainda assim se manteve firme dizendo que mataria quem tentasse tomar a criança de sua família. Ou morreria tentando. Enquanto os anciões decidiam como resolver a questão uma ordem foi transmitida: vigiem e não se aproximem. Os lobisomens incrédulos por ver aquilo que julgavam falta de iniciativa do Conselho em resolver um problema que colocava em risco a tradição e o respeito patriarcal armaram uma cilada onde o xerife deveria capturar um sanguessuga e quando ele dava o trabalho por concluído foram mortos por um numeroso grupo cujas identidades ninguém jamais revelou. 

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O Conselho entrou em colapso e deu uma ordem antes de eclipsar: qualquer um que se aproximar da impura pagará com a vida, ela deve crescer como qualquer criança normal e na hora certa nos manifestaremos. Até lá estejam avisados, sangue por sangue, olharemos através das sombras. 

Se não bastasse a nova consciência ainda sentia um peso injustificado por se achar culpada da morte do avô. Lutou para dormir depois de tomar um verdadeiro coquetel de ansiolíticos e finalmente apagou. 

... 

Connie administrou bem sua história, tomando o controle de suas emoções e seguindo com seu plano incial: viver ali e recomeçar. Na semana seguinte a sua chegada comprara um velho comércio, o reformara e um mês depois abrira um bar. Seus principais fregueses eram homens que a conheceram ainda pequena e agora estavam cansados demais para ir todos os dias para o mar. Então se reuniam, jogavam em tabuleiros, bebiam, cantavam e contavam histórias mais velhas do que a colonização ali. 

Durante o dia Connie administrava também uma gama de serviços onde atendia pedidos de mergulhos, trilhas, pesca, camping e muito mais. Tudo podia ser oferecido por uma quantia razoável e a segurança era garantida por ela e mesmo Ray, que por ser o guarda-florestal tinha interesse em ver o andamento do entretenimento livre de riscos. 

Com o passar dos dias Connie compreendeu melhor sua existência, as motivações de todas as criaturas sobrenaturais com base no que Ray lhe contava, contudo, mesmo assim preferiu se isolar. Ele a aconselhou a ir para a Grã-Bretanha e encontrar um velho conhecido do seu pai que poderia lhe ajudar com outras partes do quebra-cabeças e ela se recusou, preferindo o exílio e sempre que podia... o esquecimento. 

Se antes Ray mantinha o vilarejo e arredores seguros – pois qualquer ser sobrenatural diante dele ou de sua trilha sabia a quem temer – com a presença de Connie, que era "uma garota barra pesada que além de neta do xerife servira anos no exército" segundo os moradores, tudo parecia ainda mais calmo e melhor. 

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Connie é essencialmente boa, entretanto, as máculas da guerra e de sua própria história fizeram-na azedar e se entranhar dentro de si mesma, afinal, pois mesmo a humanidade não tinha capacidade de lidar com alguém como ela. Confiava apenas nos poucos amigos e colegas, entre eles apenas Ray ciente de sua condição – e ela da dele – e entendia que os humanos precisavam combater os monstros que fazem coisas horríveis, tanto quanto os vampiros também querem sobreviver, sem conseguir ignorar que os da própria espécie mataram seu avô. 

Queriam elegê-la xerife, algo que parecia ter aprovação geral dos moradores e apenas precisava enviar alguns documentos e assumir o cargo, mas ciente que não tinha os mesmos interesses que seu avô, se contentava em dizer que com ou sem distintivo não ignoraria qualquer M**** que acontecesse na ilha. 

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Sob esse panorama, com o bar fazendo sucesso, agenciando diversão para turistas e juntando todos os cães vadios da vila sob seu teto e com Pyro sempre por perto, Connie seguia sua vida sem grandes acontecimentos até o dia em que o telefone do bar tocou. A voz era rouca, baixa e premente: 

- É questão de tempo até mandarem grupos atrás de você McCulloch. Não importa quanto chumbo você pode derramar, eles pegarão você. Então escute com atenção: daqui a 3 dias me encontre na beira do Tâmisa, vá sozinha até a bilheteria do London Eye e diga "Quero um ingresso e um muffin de ganache". Esperarei o contato entre oito e nove da noite, depois disso... estará por sua conta.

Antes que pudesse responder algo ela  ouviu a ligação ser encerrada, como se a pessoa temesse algum tipo de rastreamento ou triangulação. Ficou um tempo olhando para o aparelho como se ele fosse tocar novamente e então voltou aos seus afazeres. No final daquele dia deu a chave do bar para um dos velhos lobos do mar e disse que precisava resolver assuntos urgentes. 

Fez sua mala e deixou um bilhete e a chave da casa debaixo da porta de entrada do farol pedindo que Ray tomasse conta dos animais e não se preocupasse. Logo ela estaria de volta. Não poderia avisá-lo sobre o que tinha acontecido, não sem que ele resolvesse acompanhá-la e arriscasse seu pescoço já que ela seguia rumo ao desconhecido. 

A viagem teria sido perfeita se não estivesse tão ansiosa. Sabia que algo realmente sério estava acontecendo e que estava apenas por sua conta. Ao menos uma ponta de tranquilidade por razão disso tinha, não perderia mais ninguém que considerava. Seguiu de barco, trem e por fim pegara um avião, depois um táxi e se hospedara  num hotel qualquer. Tomou cuidado para chegar um dia antes e poder olhar com calma o lugar, traçar mapas de fuga mentais, tentar identificar pontos de salvaguarda e na noite em que chegara visitava os arredores do ponto turístico com toda cautela possível. 

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Caminhou pelo Tâmisa e parou perto da Roda Gigante, uma das maiores do mundo, e ficou olhando seu brilho magnético encher o céu escuro e livre de estrelas. A noite estava agradável, mas lufadas de vento gelado obrigaram todos os visitantes a vestir seus casacos ou passar frio, satisfeita com essa brecha carregava junto de si uma faca de caça de lâmina temperada e um par de Glock .40, totalmente protegidas e ocultadas por baixo do sobretudo. Trajava jeans escuro, botas de assalto, sobretudo bege e uma boina, os cabelos iam soltos e completavam um ar casual quebrado apenas pela postura militar que era padrão. 
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3/8/2014, 11:22

A noite havia chegado rapidamente, o ar era gélido naquelas redondezas, enquanto caminhava Jhaeson observava todos a sua volta, milhares de pessoas indo em vindo, sempre preocupadas com seus afazeres, seus prazos e suas rotinas que não agregava nada mais que mais problemas.

Para ele está ali era uma tarefa única, enquanto humanos viviam suas vidas ele estava protegendo seu bando, a tarefa dada a era procurar por pistas que levassem ao seu objetivo, um objetivo que estava ligado a sobrevivência do seu bando e de sua espécie, enquanto observava a roda gigante uma das maiores do mundo se impressionou com as luzes e seu brilho magnético.

O céu estava sem estrelas,  as pessoas ajeitavam seus corpos sobre suas blusas e jaquetas tentando aquecer seu corpo, para Jhaeson aquele ambiente não o desagradava, mas usava uma jaqueta sobre uma camisa, uma calça jeans, e botas enquanto caminhava um pouco distraído pela imensa roda gigante se esbarrou em alguém.

― Me desculpe...— Disse ele sem se focar.

Enquanto seus olhos pouco a pouco iam observando a pessoa que havia se chocado, notara que era uma garota, ela usava uma boina que caíra com o choque dos dois revelando seus cabelos castanhos,uma descarga elétrica havia passado pelo corpo de Jhaeson enquanto seus olhos cruzaram com os dela. se abaixou é pegou a boina entregando para ela, havia alguma coisa diferente naquela garota, ele apenas não sabia explicar exatamente o que era.

― Sorry.— Falou  Jhaeson com seu péssimo inglês. ― Droga! Deveria ter me esforçado mais em aprender este idioma.

Não sabia dizer se ela o estava entendo o que estava falando, a olhou é falou normalmente na esperança de que ela pudesse entende-lo.

― Me desculpe, não sou muito fluente no inglês, consegue entender o que falo?



Última edição por WELL em 4/8/2014, 00:51, editado 1 vez(es)
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3/8/2014, 14:01
Com o choque Connie levara a mão instintivamente até a adaga por dentro das vestes, mas recuara na sequência ao perceber algo pacífico na postura do rapaz. Seus olhos examinavam aquele homem se curvando diante de si para reaver sua boina, a boca ficou entreaberta por instantes e as narinas colapsaram se abrindo mais do que o normal puxando com vigor o ar que trazia o cheiro daquele homem. 
"Homem?"
Estava confusa, ele era um homem ... mas não parecia apenas isso. Ele tinha um cheiro característico com as essências que a gente captura pelo caminho: perfume, cigarro, suor, saliva, coisas que uma garota normal nem mesmo perceberia, mas ela era impura e seus sentidos estavam plenamente em alerta como se luzes e placas dançassem rumba em sua frente avisando de um perigo eminente. Havia algo diferente de tudo que já havia sentido, algo que lembrava seu próprio odor, mas inegavelmente mais forte e viril.
Ele era diferente do Ray, em intensidade e complexidade. Também captou o cheiro de sangue, mas não sabia se seria dele ou de alguém que ele ajudara... ou ferira. E nem há quanto tempo havia acontecido. Houve um espaço de cinco segundos depois que ele lhe entregou a boina até que ela pudesse responder: 
- Entendo o suficiente pra dizer que não foi nada... - a voz saiu rouca e firme, a ausência do sorriso demonstrava uma certa antipatia que não lhe era exatamente natural e apenas evidenciava o preparo dela para rechaçá-lo dali se ele tentasse alguma coisa. Os olhos azul-turquesa não se desviavam dos dele por nenhum segundo esperando que ele se afastasse de uma vez. 
"M**** Connie, você veio até aqui... não vai dar pra trás agora certo? Se controla, talvez esteja imaginando coisas... Se for o contato, é obvio que ele é mais inteligente e informado do que você pensava e se não for... e tentar alguma coisa ... você apaga ele..."
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3/8/2014, 23:15

A garota parecia rígida demais, como se estivesse em constante alerta, ao falar na mesma língua que Jhaeson, não demonstrou nenhum afeto ou cordialidade em sua voz, como se o encontro fora um inconveniente.

Jhaeson sorria ao entregar a boina,  ele podia sentir algo diferente nela,  como se algo o atraísse nela, ele nunca havia se sentido assim por nenhuma mulher, eram elas que vinham ate ele tudo que precisava fazer era dar uma pequena abertura.

Olhando para aquela diante seus olhos ele poderia perceber que ela não era igual a nenhuma mulher do que já encontrará sua postura, seu olhar, ate mesmo seus curtos movimentos demonstravam cautela, preparo e astúcia e isso apenas provocou ainda mais.

― Que bom... Não se machucou? ― Disse ele sabendo que ela não havia se ferido mais apenas buscando uma forma de puxar assunto.

― Está acompanhada? Gostaria de tomar um café sou novo aqui, e não seria nada ruim ter uma bela companhia, me chamo Jhaeson Blayke muito prazer. ― Falou estendendo a mão e sorrindo para ela.

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4/8/2014, 01:04
Fitava-o incrédula com a pergunta. Para terminar ferida com uma trombada daquelas deveria ser de cristal e então percebeu que o homem estava se alongando demais naquela conversa. 


Não se lembrava de ter visto ninguém com aqueles traços anteriormente, os olhos incisivos e penetrantes, a voz macia mas apta para urrar se fosse preciso denunciando algo animalesco naquele homem e por um ínfimo instante se imaginou engalfinhando-se com ele e levando a pior. Notou que ele parecia excitado como quem vê algo igualmente novo e a tensão em seus músculos aumentou. Respondeu entre dentes: 


- Não - foi o que disse pura e simplesmente, sem qualquer remorso ou sentimento de culpa. Se recordou do que a voz lhe dissera ao telefone e por um momento deu crédito acreditando que aquele era um "deles". Dos que iriam atrás dela, mais cedo ou mais tarde. 


Quando a segunda parte do diálogo brotou Connie estreitou os olhos, inclinou a cabeça deixando o queixo levemente inclinado para a direita e suas sobrancelhas se embolaram tentando discernir a real intenção dele. Ela também sentiu uma pressão imensa em seus ouvidos e logo depois ouviu o bater descompassado do seu coração seguido de um outro tambor. Não ouvia mais o grito das crianças, o riso dos enamorados dividindo algodão doce e nem os vendedores ambulantes oferecendo hot dog e pipoca. A festa em torno congelou quando ela percebeu que conseguia ouvir a batida avassaladora do coração dele tão rente ao seu. 


- Há dez metros seguindo o curso do rio você verá uma cafeteria... acho que encontrará o que procura por lá... - e terminando de dizer isso ignorou a mão que ele lhe estendera e dera a volta pelo lado esquerdo, dando passos largos e se afastando gradativamente. Não fez menção de se virar ou mesmo recuar e mudar de direção. Começou a atravessar um mar de pessoas com muitas dúvidas crescendo em sua mente. 


Se fosse o contato, estava tão adiantado quanto ela e de certo deveria ter se identificado. Se não fosse - como indicava a lógica - o quê era aquele ser? Por um instante temera um confronto direto que lhe chacoalhou o espírito e se resguardou batendo em retirada. E o quê é que ele realmente queria? Teria sido capaz de sentir que parte da herança de seu avô corria em suas veias? Detectara seu cheiro? Ou o quê? 
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4/8/2014, 14:36


A noite estava bonita, as pessoas se moviam tranquilamente, mas a mulher diante de Jhaeson parecia rígida demais, como se esperasse um confronto a qualquer momento, ela lhe respondeu sem sutileza em sua voz apenas um "não" seco.

A conversa do lugar era alta ainda mais para ouvidos apurados, Jhaeson podia distinguir vários ruídos dentre eles  o coração da mulher diante seus olhos, sua  beleza era diferente, era algo místico, sem fragilidade mais uma beleza bruta é indistinta.

Com a mão levantada esperando ser apertada é apresentada como seria de praxe, ela se limitou a responder a localização de uma cafeteria, se sentiu desapontado, mais não abaixou os olhos, continuou com a mão erguida a espera de uma interação que não ocorreu, ao terminar ela virou dando as costas a ele é começou a caminhar desaparecendo em meio a multidão.

Jhaeson abaixou a mão, balançando a cabeça negativamente enquanto em seus lábios desenhava-se um sorriso de derrota, passou as mãos pelos cabelos e seguiu em direção a  cafeteria, mais sua mente não conseguia abandonar a estranha sensação que aquela mulher causara, seria apenas arrogância ou aquela seria a postura que ela adquiria sempre.

Suspirou é continuou a caminhar até ver as luzes do lugar, as paredes eram em um amarelo creme, com tons marrons, uma porta de vidro dupla, e alguns clientes dentro, subiu alguns degraus e adentrou se sentando no balcão;

― Por favor um café preto e puro. — Falou para  a garçonete.

Alguns minutos depois seu pedido chegou em um copo descartável, a bebida emanava calor enquanto a fumaça subia pelas bordas, após pagar saiu do lugar provando sua bebida,  ele precisava fazer uma varredura pelo lugar, afinal não estava ali por diversão.

Passando por algumas pessoas, olhando com cautela, pode observar vários tipo de pessoas, dentre elas famílias alegres, assim como a escoria da sociedade, os olhos de  Jhaeson capturaram o movimento rápido de um adolescente furtando os pertence de um senhor com muita habilidade enquanto ele falava em seu celular, ele queria fazer algo, mais não poderia se meter em toda confusão que via, subiu vários lances de escadas tendo uma visão ampla do  parque, seus olhos ao longe capturam a presença da garota que esbarra, em seu sobretudo bege é boina.

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4/8/2014, 20:20
Depois de se misturar a multidão encontrou abrigo numa revistaria. Adentrou o lugar, repleto de gibis, revistas, livros, dvds e blue rays. 


Andou pelo piso de madeira enceirado com calma e sem demonstrar qualquer nervosismo, os olhos percorriam as prateleiras, os dedos varriam os volumes e algumas vezes chegou a pegar exemplares na mão para folhear. Contudo, com o canto dos olhos e uma discrição impar averiguava se tinha sido ou realmente estava sendo seguida. 


Odiou estar no meio de tantos civis, tanto quando podia se revoltar. Um terreno aberto seria sua melhor pedida e lá poderia administrar melhor os danos e efeitos colaterais. Se demorou cerca de dez minutos até que resolveu comprar um pasquim local. No caixa também recolheu algumas embalagens de carne seca industrializada, um drops de menta, pagou tudo em dinheiro e saiu. 


O caminhar parecia distraído e enquanto seguia para uma parte menos movimentada do lugar abria um dos pacotes de jerky beef e com o movimento de cabeça olhou muito do cenário ao redor. Nenhum rosto suspeito ou conhecido e por isso arrancou um naco do snack achando aquele um dos petiscos mais sem vergonhas inventados pela humanidade. Não se assemelhava a uma boa porção daquelas feitas com tiras de peixe que tão bem vendia em seu bar. Sentiu falta de casa e apertou o passo, se afastando definitivamente do grande fluxo que permanecia efervescendo em todo na roda gigante. 


Andou duas quadras e o som já diminuíra drasticamente, assim como a fusão dos odores e a inconveniência de estar cercada de inocentes. Inocentes sim, ao seu modo, eles que viviam postando fotos em redes sociais ao invés de aproveitar a beleza de tudo que os rodeava e se contentavam em tomar refrigerante e comer aquela tralha cheia de conservantes. Engoliu o restante do petisco e mastigou vorazmente, haveria de fazer uma refeição ao chegar no quarto do motel. 


"Apenas preciso me certificar de algo primeiro..."
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2/1/2015, 16:07

Suas instruções foram para observar o lugar com atenção e ver se havia alguma coisa fora do comum, se não houvesse era para ficar próximo a bilheteria do London Eye. Uma pessoa iria dizer: “― Quero um ingresso e um muffin de ganache”.

Se aproximando do lugar é apenas aguardou, a missão era encontrar com a pessoa, e leva-la para falar com o ancião da matilha, antigo alpha, havia segredos sendo ocultados até mesmo do novo alpha, pois se trava de uma antiga profecia que poderia mudar o curso de tudo.

Os olhos de Jhaeson olhara as horas, faltava pouco tempo para o encontro determinado, mais sua visão só percebia a mulher que ele havia esbarrado, mesmo com sua forma de falar sem dar abertura o havia de fato impressionado, uma vez que os homens se afastam dele por sentir em seu interior um alerta que os avisa do perigo que seria causado.

Mais as mulheres... Esta por mais que sintam este alerta gostam do perigoso, do mortal e as vezes até fatal! Talvez se soubesse o que era Jhaeson jamais se aproximariam dele, as pessoas continuavam chegando de todos os lados, a noite continuava a esfriar, grossas nuvens brilhavam nós céus sendo seguidos por alguns longos estrondos...

Terminando o seu café jogou o copo fora e sentou-se a uma distância considerável, para ver e ouvir quem se aproximasse da bilheteria, assim que acontecesse encurtar a distância entre eles seria fácil.


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― Está quase na hora...

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2/1/2015, 16:56
Embora não estivesse mais vendo o homem podia jurar sentir o cheiro almiscarado que ele emanava. Não era algo de se estranhar, afinal, seus sentidos aguçados lhe permitiam sentir o cheiro do mar há dias de distância, ser capaz de sentir o cheiro de comida estragada numa geladeira assim que entrava em casa e até reconhecer quando alguma mulher estava em ciclo em sua presença. 
Com o tal Jaheson não seria diferente, então foi de uma vez por todas até a região do guichê para identificar pontos de observação no parque uma vez que na noite seguinte deveria retornar ali para desvendar aquele mistério de uma vez por todas. 
Antes mesmo de chegar ao seu destino o celular vibrou e persistiu. Isso a obrigou a sair do caminho e se afastar um pouco das vias de circulação para atendê-lo. O visor informava "Ray" e logo abaixo havia a opção de atender e recusar a chamada no display. 
Connie olhou demoradamente, suspirou e soltou o ar de uma vez antes de atender:
-- Ray? Oi... algum problema?
-- Algum problema? Você está maluca? Onde você está?! - a voz dele soava alterada e imperativa, um rugido bravio que desconcertaria qualquer mulher, mas não ela que já o vira assim antes e sabia como lidar com ele. 
-- Maluca... vejamos... acho que seria algo bacana para eu estar diante dos últimos acontecimentos, não acha? - a resposta dela foi irônica, mas também carregada de desagrado. Não era o tipo de mulher que começava a pisar em ovos para evitar irritar alguém, especialmente alguém que desejava dominá-la de algum modo. 
Alguns segundos onde apenas se podia ouvir o som de talheres sendo atirados em um prato, provavelmente. Foi a vez dele inspirar e soltar ruidosamente. 
-- Connie... - ele recomeçava com alguma fingida calma, como se tentasse explicar para uma criança o motivo de não poder enfiar a língua na tomada - se eu soubesse que você iria pirar... teria mantido o segredo por mais tempo. 
-- Segredo? Há! Boa escolha de sinônimo para farsa! - retrucou ácida. 
-- Eu... me preocupo com você, me diga onde está. Por favor... - era como se ela pudesse vê-lo esfregando o rosto vermelho com a mão larga, amassando a barba proeminente e se esforçando pra não destruir o gancho do aparelho telefônico que utilizava. 
-- Você saberá quando eu voltar... 
-- Se você voltar! - não resistindo ele gritou descontrolado. 
-- Outro grito e eu desligo na sua cara... - Connie respondeu friamente - Quero que você entenda que há muito em jogo aqui e não vou recuar sem me certificar que não estamos correndo risco, você e eu
Ela era orgulhosa demais para admitir que estava preocupada com tudo e todos. Se uma caçada contra ela fosse iniciada todo o vilarejo estaria em risco e não importava mais nada além de manter aquele lugar em sagrada paz. Era seu último refúgio e desde que seu avô fora assassinado tudo parecia ainda mais perigoso. Vândalos, turistas escrotos e aventureiros malucos eram expulsos de lá pelos próprios moradores e pescadores, mas uma horda de natureza sobrenatural? Ela não teria como dar conta de todos. 
-- Apenas me diga onde você está... e vou praí... ou não confia mais em mim? 
-- Não insista. Eu preciso que fique aí, alerta e tomando conta de tudo. Eu te ligo amanhã... Tenha um pouco mais de fé em mim... E não torne a ligar - ela desligou ciente que ele a espraguejaria até o dia seguinte, mas acabaria obedecendo seu pedido. 
Com alto custo de força de vontade Ray não destruiu o aparelho do bar. Ele apenas abriu com violência uma garrafa de scotch e começou a drená-la com a boca voraz, enquanto ao lado de uma barraca de tiro ao alvo e outra de maçãs caramelizadas e muitas guloseimas a garota fitava o guichê há menos de dois metros de distância. 
A roda girava ainda mais bela e seus reflexos coloridos banhavam todos os presentes, um verdadeiro espetáculo ao ar livre.

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2/1/2015, 17:51

Jhaeson esperava a hora certa para encontrar com a pessoa que seu tutor, também conhecido agora como ancião do seu bando. Olhou mais uma vez para o relógio já havia passado um minuto da hora marcada, ao longe ele viu a mulher que ele havia esbarrado mais cedo, ela desfiava das pessoas com muita facilidade com uma agilidade sobre-humana.

Seus olhos se prenderam nela, mais ela parou repentinamente, saiu do curso e se afastou, jhaeson se concentrou em seu cheiro, seu celular estava tocando, mesmo com toda aquela confusão de pessoas e sons, Jhaeson conseguiu isolar todo ruído se concentrando no cheiro, ela atendeu o aparelho ao faze-lo localizou sua voz, do outro lado uma voz discutia com ela.

Aquela conversa dava uma pista de que talvez ela seria quem ele estava esperando, mais pela conversa o encontro seria apenas no dia seguinte, ele abriu seu celular e percebeu o dia, devido ao fuso horário do país ele estava um dia adiantado, resmungou baixo, frustrado com a situação.

“― Droga! Mais que M****...”

Continuou a ouvir a conversa, dela enquanto se colocava de pé seguindo o som da voz dela juntamente com seu cheiro que era diferente de todas as mulheres que Jhaeson já havia conhecido, estava a poucos metros dela que se encontrava longe do fluxo maior de pessoas, o céu trovejou sendo iluminado pelas grossas nuvens, não demoraria para que a chuva caísse, tornando o London Eye uma visão ainda mais bela, Jhaeson esperaria os movimentos daquela mulher que não havia se apresentado, não faria mal observar já que o encontro de todo jeito só aconteceria no outro dia.

As pessoas começavam a se mover preocupado com a chuva que não tardaria a cair.

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2/1/2015, 19:51
Pela primeira vez desde que toda aquela loucura começara ela se permitira a audácia de uma distração. A roda gigante iluminava tomava todo o horizonte e além. O brilho era capaz de desanuviar sua mente de qualquer tormento e ela ficou a admira-la logo após guardar o celular novamente no bolso. 
Chegou até a tirar a boina e segurá-la bem amassada na mão direita, sorriu lentamente e continuou ao ver a alegria das crianças na fila. Então soube que seria imprudente: caminhou até a fila e esperou chegar sua vez. Foi quando disse:
-- Um ingresso por favor... - seu olhar era pueril, quase infantil ao fitar o atendente. Iria se divertir naquele brinquedo, ainda que ao descer dele o mundo continuasse igual... ou ainda pior.
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2/1/2015, 20:22

Apesar da chuva eminente que ameaçava desabar, muitos ainda ousavam permanecer no parque é usufruir dos brinquedos, Jhaeson que ainda observava a mulher que parecia estar distraída talvez até distante o surpreendeu, seu olhar seguiu para a roda gigante e ele a acompanhou apenas por alguns segundos para voltar rapidamente a olhar para ela novamente.

Removendo a boina é a segurando Jhaeson pode apreciar um pouco melhor o cabelo que contrastava com seu rosto, um cheiro suave e ao mesmo tempo feroz subiu até a suas narinas enquanto se aproximava cautelosamente. Ele viu a rigidez abonar a face dela mesmo que por alguns segundos para revelar um sorriso lindo é sincero ao ver a alegria das crianças que esperavam ansiosamente a sua vez de embarcar no brinquedo.

Entrando na fila a viu se preparar para embarcar enquanto pedia um ingresso, enquanto a observava Jhaeson não pensou duas vezes a segui-la, acelerou o passo é comprou um ingresso acompanhando ela com o olhar viu se posicionar enquanto entrava no brinquedo, cortando a fila e atravessando a vez de um homem de um dois metros de altura que já ia reclamar com ele, mais parou apenas por olhar nos olhos de Jhaeson. Assim ele embarcou junto a ela desta forma não teria como ela escapar dele ou pedir para sair, o brinquedo subia lentamente,


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2/1/2015, 20:41
Estava distraída, fitando o imenso tapete espelhado que era o famoso rio ao seu lado esquerdo. Então sentiu alguém se sentar bruscamente e seus olhos pipocaram, começaram a mudar de cor e de azul turquesa passaram para verde azulado e ganharam um tom roxo profundo. A mão foi ligeira até o bolso e ela puxou a adaga com uma rapidez indescritível e não natural para qualquer humano comum. O cabo era dourado, a lâmina prateada e tinha inscrições num dialeto que ele reconheceria sem qualquer esforço. Nela se lia através das runas "Canino Forte" e na mente dele esse nome ressoava como uma arma que pertencera a um renomado entre seu povo. Ele apenas não sabia quem. 

-- Você! De novo?! - a boca dela se escancarava um pouco e exibia os dentes muito brancos e perfeitos. O cheiro dela denunciava estar em alerta, pronta para revidar e sob porção controlada de medo. 

Em uma situação natural Connie não agiria assim, tampouco exporia a si mesma, o fato é que ela nem chegou a fazer ideia que seu olhar mudara, que seu cheiro era um aviso de "não se aproxime" e que ao reagir ao sentir o odor característico dele estava se revelando de modo irrecuperável.
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2/1/2015, 20:56

Assim que se sentou e o  brinquedo começou a subir, Jhaeson viu os movimentos dela com clareza, sua reação foi rápida, ninguém mais notou o que ele havia enxergado, ela retirara a adaga do bolso, juntamente com um brilho diferente em seus olhos, ele não reagiu apenas esperou.

Achou a situação divertida, mais não poderia negar que a arma era bonita o cabo dourado, a lamina afiada é as escritas além de exótica demonstrava ser uma arma feita para matar, mais apenas nas mãos de quem sabia maneja-la e nem por um segundo ele duvidou disso.

Ao vê-lo  sua boca se moveu exibindo seus dentes brancos e perfeitos, o cheiro que emanou dela era de coragem e alerta, nenhum um fio de cabelo dela continha dúvida ou medo, o que fez Jhaeson pensar o que ela já teria passado... Sua vida também não fora fácil então poderia entender isso.

Com a lamina aponta para ele, sorriu os olhos dela mudando de cor o surpreenderá e apenas reforçava que ela não era normal mais o quão diferente ela seria? Desfazendo seu sorriso sua expressão endureceu o ar a sua volta ficou rígido então ele revelou o amarelo ouro de seus olhos para ela.

― Você poderia afastar esta lamina? Acredito que seja de prata e não é um dos meus metais preferidos.

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2/1/2015, 21:04
-- Só depois que me disser o que é você, o que quer e te ver pular daqui até lá embaixo! 

Ela sinalizava pois a roda já estava ao menos 90 graus distante do solo. Connie sentiu o coração disparar como se tivesse na mira uma ogiva nuclear. Os olhos dele a atacaram sem que assim ele quisesse. Parecia uma reação, foi quando as coisas pareciam começar a fazer sentido. 

-- Você... é ... um deles! 

Como se tivesse descoberto a roda ela exclamou, não contente pela descoberta, mas impressionada pela ignorância em não perceber. Estava claro como o dia e ela se sentia uma perfeita idiota. As maçãs do rosto avermelharam, as narinas inflaram e ela apertou mais a adaga em sua mão.
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2/1/2015, 21:21

O que não se podia negar é que ela possuia coragem... Isso era inegável ela não recuou a lamina, Jhaeson poderia ter tomado a arma se assim quisesse, por mais forte é bem treinada que fosse, se ela fosse quem ele estava pensando e quem seu mestre acreditava, ela não seria inimiga para um lobisomem completo.

Mais isso ela não precisava saber, erguendo as mãos ele respondeu às perguntas feitas a ele, com total é real verdade.

― Eu já me apresentei a você, me chamo Jhaeson, o que eu quero é apenas descobrir se você é mesmo quem estou procurando, é nos dois sabemos que mesmo que eu pule daqui eu não morrei...

A voz continha um desafio velado, em seguida a dúvida misturada com uma incerteza distorcida a invadiu, falado que Jhaeson era um “deles”. Bem ele não sabia o que isso significava mais pela expressão dela não eram pessoas que ela gostava muito.

Parecendo se culpar, como não ter percebido quem ele era deste o começo pareceu a frustrar, mas o que ela não sabia era que Jhaeson era bom em ocultar as coisas, vendo que a lamina estava firme em sua mão, como apenas um movimento de torção em pulso com a força certa é uma  velocidade que mesmo ela não acompanharia ele arrancou a adaga de suas mãos.

―  Bela arma esta sua... Não sei a quem você se refere a eles... mais garanto não faço parte deles... você recebeu uma ligação para esta vindo aqui amanhã? Que a verdade seria revelada? Bem eu sou parte deste contato sou o intermediário que a levará a te ele.

Girando a adaga na mão o cabo mais próximo da lamina mais sem toca-la devolveu a ela.

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3/1/2015, 20:55
-- Pode não morrer... mas esse par de olhos vai te trazer sérios problemas uma vez que tal qual um gato vai cair em pé e todos olharão...
Era um comentário em resposta que ele dificilmente aguardaria. De nenhum modo ela acreditava que ele pularia espontaneamente, não havia motivo real para temê-la. Um momento de guarda baixa e ela tinha uma das criaturas em seu encalço, de modo a não conseguir afastar livre de ameaças ou pior.
O que se desenrolou na sequência fê-la soltar um palavrão e ter a plena certeza que a disputa passaria a ser resolvida através de um combate ainda mais dificultoso. Apesar do ego ferido ela simulou um riso estranho quando ele falou sobre a arma e lhe apresentou para recuperação através da empunhadura da lâmina.
-- Não está em posição de me fazer elogios e ganhar minha simpatia com eles... - puxou a lâmina e a guardou devagar. Estava claro que precisaria de um pouco mais de espaço para tentar surpreendê-lo com suas habilidades, ao menos agora sabia que precisaria de um ataque resistido e se sentia apta a enquadrar o timing perfeito dele pra isso.
-- Por um único momento... Jhaeson... se é que este realmente é o seu nome... se coloque no meu lugar. Me dê um único motivo para continuar com essa conversa e não  gritar pela ajuda de algum policial quando descermos aqui. Compreenda que ... estou ciente que meu telefone não foi grampeado, mas que apenas alguém que fosse contato ou um agente duplo, quem sabe até mesmo um dos caras maus com conhecimento suficiente... poderia me encontrar inclusive antes do prazo. Vê? Não faz sentido ... e não perco tempo tentando entender as coisas... - sua fala era mansa, irônica e tinha um tom descontraído, mas os olhos ainda roxos permaneciam prontos para qualquer coisa e isso incluia ela mesmo saltar do brinquedo agora que o mesmo estava próximo de completar a primeira volta ou pular sobre ele e tentar dominá-lo.
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3/1/2015, 21:23

As respostas afiadas dela eram sinal de seu alto controle,  ao devolver a lamina a ela que a guardou, ele  notou um certo desgosto  de sua parte, talvez por ter sido desarmada por um cara que ela acabara de conhecer.

Os elogios não foram para ganhar simpatia, eles eram verdadeiros, ele jamais havia conhecido alguém como ela, nem mesmos as mulheres de sua “espécie” algo nela, o intrigava profundamente, com seus olhos ainda em ouro derretido, ouviu com atenção o ponto de vista que ela colocava a situação.

Apenas pela sua forma Jhaeson notou que ela havia treinamento especial, ele sabia reconhecer isso, era filho de um sargento e passou parte de sua infância e adolescência nos centros de concentrações observando os treinos pesados dos soldados.

Assim que ela terminou falando não perder tempo foi a vez de Jhaeson se explicar...

― Veja bem... Meu nome é Jhaeson não tenho porque mentir, e de fato me colocando em seu lugar entendo o quão louco tudo isso pode parecer, mas o mundo em que nos originamos não existe uma lógica para certas coisas. O motivo que lhe dou para que a converse continue e apenas um, a verdade que lhe fora escondida meu mestre tem as respostas, e revelações que talvez possam esclarecer parte do que lhe foi ocultado, você é uma mulher muito forte e independente pude notar isso desde nosso encontro, você não gritará no máximo me deixaria ou tentaria me deixar impossível pelo menos em seu estado atual. Não tenho como comprovar que o que estou dizendo é a verdade, se sou um dos caras maus ou não, seu instinto terá que lhe dizer, mas digo por mais força, velocidade, e habilidades possua contra um lobisomem isso não é nada, você deve conhecer parte de sua herança mais  o quanto acredita saber?

Se ajeitou no banco olhando a vista do parque, mais seus olhos nunca a perderam de vista, percebeu o olhar dela para baixo, talvez calculando a altura se conseguiria pular.

― Se está pensando em pular... Eu sugiro que não o faça, se quiser sair quando o brinquedo parar es livre para ir, mais não tente nada imprudente talvez eu não seja o único que esteja aqui, talvez alguns “deles” como você me chamou esteja por aqui e isso poderá alerta-los, o que estou falando é difícil de assimilar, mais se perceber e seguir seus sentidos terá a resposta que precisa.

Disse Jhaeson retornando a cor de seus olhos, ele não a encarava, a distancia dos dois não era muito, ela poderia imobiliza-lo facilmente se o quisesse, a não se se talvez ele estivesse esperando isso, mais ele não estava querendo de fato lutar ou machuca-la , mesmo ela parecendo resistente é durona.

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