Somente a morte os aguarda

"— Hoje está um lindo dia..." — Pensava enquanto admirava a bela visão do amanhecer que sua pequena janela lhe fornecia. Não era uma janela grande, ficava no meio da parede da sala de frente para a rua principal, Jaina nunca se importou muito com coisas muito caras, sua família era pobre e sua antiga casa, na Itália, era ainda menor do que a atual, ela só precisava de um lugar para descansar dos longos dias que passava trabalhando, gastava mais da metade de seu dinheiro investindo em seu trabalho, ela tinha uma boa vida, se comparando com a de sua infância.

Seu apartamento era muito simples, tinha apenas um quarto e um banheiro, uma pequena sala, porém muito aconchegante, uma cozinha não muito grande com uma bancada elegante até, para o tipo de apartamento, "meu lugar favorito" falava ela quando recebia os amigos, o que não é sempre. Ela passou sua infância numa pequena casa em um bairro nobre na Itália, onde com ela moravam seus pais. 
 
Com apenas 9 anos, Jaina era uma criança diferente, pois era muito inteligente, para os padrões de sua idade e isso, de um jeito que ela simplesmente não entendia, aborrecia seus pais. Sem irmãos, e sem muito contato com o mundo, devido à educação rígida dos pais que não a deixavam ir sequer a rua, somente em algumas vezes quando precisavam realmente sair, ela sempre foi uma pessoa muito curiosa e observadora, adorava se imaginar sendo uma detetive como nos programas de televisão que assistia aos domingos com seu tio. 
 
Tio Enzo, era assim que Jaina o chamava, seria ele que um dia viria ser a principal razão dos acontecimentos futuros, era a sua pessoa preferida no mundo, até mais que seus próprios pais, ela simplesmente o adorava, ele a levava livros para ela ler, jogos de tabuleiro e o que ela mais gostava; fotos, imagens de outros lugares do mundo, de países e cidades que nem imaginava existir, ela sonhava em um dia poder viajar com ele, o que claro, não aconteceu.

E foram estes acontecimentos que mudaram sua vida de forma brusca, por muitos anos Jaina foi uma pessoa silenciosa, focada nos aprendizados que seu avô lhe ensinava, línguas e principalmente artes marciais. Ele a ensinou dois idiomas, o latim e o russo. Nas artes marciais, ele dava aulas para crianças de seu bairro, mas com o pedido de Jaina ele a ensinou coisas que não ensinava aos alunos, e com o passar do tempo ela foi aprimorando e aperfeiçoando seus movimentos. E assim até seus 17 anos. 
 
Aos 18 anos  conheceu um homem que era fuzileiro e um expert em armamentos, se tornaram grandes amigos, após um ano que se conheciam ela pediu ou melhor quase implorou para que ele a ajudasse a treinar com diversos tipos de armas, sua preferida era a pistola Ballester-Molina, pois ela era de um tipo único, não existiam muitas dela, de fácil manuseio, leve e poderosa, era parecida com a Colt 1911. 
 
Com 20 anos, Jaina resolveu se mudar e ir para a Grã-Bretanha onde vive atualmente, antes de viajar esse seu amigo lhe deu um dos melhores presentes que ela já havia recebido em sua vida, a tão maravilhosa Ballester-Molina, com seu calibre 45ACP. Chegando em seu novo país, no quinto dia de sua estadia em um hotel, pesquisando sobre pequenos apartamentos onde poderia viver, finalmente encontrou um pequeno apartamento do jeito que queria. Graças a quantia que seu avô lhe deu, ela conseguiu se manter até achar um emprego. E  6 anos se passaram, formou-se em um Instituto de Criminalística da Grã-Bretanha e entrou para a polícia, onde atuava como perita criminal. Atualmente, Jaina trabalha mais em casa, sem necessidade de ir ao Departamento de Polícia, como investigadora.

Todo o caminho que sua vida tomou a levou aos fatos e misticismo de criaturas estranhas e sobrenaturais que a atormentava todos os dias de sua vida desde os seus 9 anos, quando sua família foi morta por criaturas, bestas sem qualquer tipo de sentimento. A partir dali ela decidiu colocar como objetivo de vida acabar com esse mal existente. Tornou-se uma pessoa fria e silenciosa a partir do momento em que teve de matar seu próprio tio, aquele em que se inspirava e amava, pois ele era um deles. Mesmo o amando, ela não aceitava que criaturas tão más e estranhas pudessem viver no mesmo mundo que ela. Seria esta a escolha correta? Agora ela seria conhecia como uma “caçadora” e é isso o que ela decidiu para sua vida. Ela vai exterminar esses seres sobrenaturais.