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Prêmio francês para quadrinhos feitos por mulheres
6/2/2015, 12:51
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Anualmente, a l’Association Artémisia premia quadrinhos feitos por mulheres. Criado por francesas, trata-se de uma celebração da bande dessinée (banda desenhada ou quadrinhos) feminina e a vencedora e anunciada sempre no dia 9 de janeiro, aniversário de Simone de Beauvoir. O prêmio foi criado em 2007 e, desde então, premia mulheres quadrinistas de várias nacionalidades. Nenhuma japonesa, mas um prêmio como este, imagino eu, faria pouco sentido para uma mangá-ka.
Antes que alguém pergunte da validade de prêmios assim, cabe lembrar que, pelo menos no Ocidente, quadrinhos ainda são vistos como uma atividade masculina e o seu público prioritário, mesmo em uma França, também o é. Assim, em premiações mais gerais, e muito valorizadas, dificilmente vemos mulheres em evidência. Elas estão produzindo, claro, mas os júris de seleção podem facilmente passar batidos pelos seus trabalhos. O Artémisia pretende exatamente dar visibilidade aos excelentes trabalhos feitos por mulheres que poderiam passar despercebidos já que os homens recebem muito mais atenção, simplesmente, por serem homens.
Este ano, o prêmio Artémisia prestou homenagem aos mortos na Charlie Hebdo, homens cujo crime foi desenhar. Já o quadrinho premiado foi o álbum Irmina, da alemã Barbara Yelin. A obra tem 272 páginas e acompanha a jovem alemã Irmina, que segue para a Inglaterra em 1934 para estudar e trabalhar. Buscando sua independência, ela conhece um estudante de Oxford, inteligente, atraente, mas que tinha um pequeno problema, imigrante de Barbados, ele era negro. O racismo dificulta o romance. Irmina passa por problemas financeiros e precisa retornar para a Alemanha nazista e se enquadrar... Casa-se com um militante nazista, mas seu coração não compartilha da ideologia dominante, como tantos outros alemães. O que fazer? O resumo da obra está aqui.
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A entrega do prêmio foi no dia 27 de janeiro, e homenagens foram feitas aos desenhistas da Charlie, e à Elsa Cayat, psicanalista que tinha coluna na publicação e única mulher morta no atentado à revista satírica francesa. Sim, vocês acreditaram mesmo que fundamentalistas só matam homens? Outra homenageada é a cartunista Catherine Meurisse, que se salvou do atentado à Charlie, porque chegou atrasada à reunião de trabalho. Ela é uma sobrevivente, vejam que nenhuma das duas recebeu qualquer menção na grande imprensa. Sobre essas mulheres, o silêncio, e olha que era uma mulher entre os 12 mortos, somente uma. Será que se fosse o contrário, 11 mulheres e 1 homem, não fariam questão de marcar o seu nome?
Confira o link sobre o Prêmio Artémisia.
Fonte: Shoujo Café
Re: Prêmio francês para quadrinhos feitos por mulheres
6/2/2015, 13:08
topico movido para "assuntos gerais"
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