- KazuyaFAMILIA TARTARUGA
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Poemas
24/5/2014, 11:35
Bom, ninguém postou no meu post sobre contos, talvez ninguém aqui goste disso.
Dessa vez criei um tópico para que aqueles que gostam de poemas possam postar seus favoritos aqui.
Estes são alguns dos que eu mais gosto:
Dessa vez criei um tópico para que aqueles que gostam de poemas possam postar seus favoritos aqui.
Estes são alguns dos que eu mais gosto:
- Espelho - Sylvia Plath:
Sou prateado e exato. Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo no mesmo momento
Do jeito que é, sem manchas de amor ou desprezo.
Não sou cruel, apenas verdadeiro –
O olho de um pequeno Deus, com quatro cantos.
O tempo todo medito do outro lado da parede.
Cor-de-rosa, malhada. Há tanto tempo olho para ele
Que acho que faz parte do meu coração. Mas ele falha.
Escuridão e faces nos separam mais e mais.
Sou um lago, agora. Uma mulher se debruça sobre mim,
Buscando em minhas margens sua imagem verdadeira.
Então olha aquelas mentirosas, as velas ou a lua.
Vejo suas costas, e a reflito fielmente.
Me retribui com lágrimas e acenos.
Sou importante para ela. Ela vai e vem.
A cada manhã seu rosto repõe a escuridão.
Ela afogou uma menina em mim, e em mim uma velha
Emerge em sua direção, dia a dia, como um peixe terrível.
- Travessia - Sylvia Plath:
Lago negro, barco negro, duas pessoas de papel picado negro.
O que as árvores buscam de beber que não encontram aqui?
Suas sombras podem cobrir o Canadá.
Uma luz leve dissolvida pelas flores d’água.
Suas folhas não desejam nossa pressa:
Curvas e lisas e cheias de negros avisos.
No rastro dos remos, mundos de gelo.
O espírito do negro está em nós, nos peixes.
Um tronco podre flutuando, pálido adeus;
Estrelas se abrem entre lírios.
Estas sereias inexpressivas não te cegam?
Esse é o silêncio das almas atormentadas.
- Estâncias para Música - Lord Byron:
- Alegria não há que o mundo dê, como a que tira.Quando, do pensamento de antes, a paixão expiraNa triste decadência do sentir;Não é na jovem face apenas o ruborQue esmaia rápido, porém do pensamento a florVai-se antes de que a própria juventude possa ir.Alguns cuja alma bóia no naufrágio da venturaAos escolhos da culpa ou mar do excesso são levados;O ímã da rota foi-se, ou só e em vão aponta a obscuraPraia que nunca atingirão os panos lacerados.Então, frio mortal da alma, como a noite desce;Não sente ela a dor de outrem, nem a sua ousa sonhar;toda a fonte do pranto, o frio a veio enregelar;Brilham ainda os olhos: é o gelo que aparece.Dos lábios flua o espírito, e a alegria o peito invada,Na meia-noite já sem esperança de repouso:É como na hera em torno de uma torre já arruinada,Verde por fora, e fresca, mas por baixo cinza anoso.Pudesse eu me sentir ou ser como em horas passadas,Ou como outrora sobre cenas idas chorar tanto;Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas:No ermo da vida assim seria para mim o pranto
- BF-KunAncião
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Re: Poemas
24/5/2014, 23:08
Eu gosto desse texto do Willian Shakespeare.
- Um dia você aprende a sutil diferença:
- Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajuda a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porquê alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
- KazuyaFAMILIA TARTARUGA
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Re: Poemas
18/6/2014, 18:02
Poema de Elisabeth S. Lukas
“Não posso” – Frase dita de forma
Tão rápida, tão fácil, tão cômoda,
Que não exige sequer uma reflexão
Apenas um mover de lábios,
E assim morreu uma possibilidade.
Como teria sido ela
Se tivesse sobrevivido?
Teria ela tornado o inesperado,
Esperável,
O inacreditável, acreditável,
O ansiosamente desejado, palpável?
Teria ela mergulhado
Na plenitude de sentido do mundo
E teria realizado
Tudo que esperava sua
Concretização?
“Não posso” – frase dita
Tão facilmente, mas - vejam! –
Também posso questionar este” não
posso”,
o que não exige muito esforço,
Apenas uma pouco de sacrifício.
E nasceu uma possibilidade.
Como seria ela se
Sobrevivesse?
Modificaria ela o modificável?
Abriria o que estava fechado,
Acordaria o que estava adormecido?
Traria ela de volta para mim aquele
“Sim eu posso”,
Frase tão difícil e incomoda,
Mas capaz de nos tornar
Incrivelmente felizes,
Quando relacionada a plenitude de
Sentido no mundo?
Não existe pessoa
que não acredite no sentido,
pois sem orientação pelo sentido
ser homem não é factível.
Mesmo o suicida
Ainda acredita no sentido;
Não, porém, no sentido da vida
Mas no sentido da morte.
Assim, se alguém, irrestritamente,
Afirmasse uma existência
Sem sentido,
Poderia nem viver, nem morrer...
“Não posso” – Frase dita de forma
Tão rápida, tão fácil, tão cômoda,
Que não exige sequer uma reflexão
Apenas um mover de lábios,
E assim morreu uma possibilidade.
Como teria sido ela
Se tivesse sobrevivido?
Teria ela tornado o inesperado,
Esperável,
O inacreditável, acreditável,
O ansiosamente desejado, palpável?
Teria ela mergulhado
Na plenitude de sentido do mundo
E teria realizado
Tudo que esperava sua
Concretização?
“Não posso” – frase dita
Tão facilmente, mas - vejam! –
Também posso questionar este” não
posso”,
o que não exige muito esforço,
Apenas uma pouco de sacrifício.
E nasceu uma possibilidade.
Como seria ela se
Sobrevivesse?
Modificaria ela o modificável?
Abriria o que estava fechado,
Acordaria o que estava adormecido?
Traria ela de volta para mim aquele
“Sim eu posso”,
Frase tão difícil e incomoda,
Mas capaz de nos tornar
Incrivelmente felizes,
Quando relacionada a plenitude de
Sentido no mundo?
Não existe pessoa
que não acredite no sentido,
pois sem orientação pelo sentido
ser homem não é factível.
Mesmo o suicida
Ainda acredita no sentido;
Não, porém, no sentido da vida
Mas no sentido da morte.
Assim, se alguém, irrestritamente,
Afirmasse uma existência
Sem sentido,
Poderia nem viver, nem morrer...
- ConvidadoConvidado
Re: Poemas
5/11/2014, 12:00
Eu gosto do Willian Shakespeare.Eu briguei com a minha professora pq ela não queria me dá o texto fo Willian Shakespeare ...
- KazuyaFAMILIA TARTARUGA
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Re: Poemas
26/8/2018, 19:15
- O Corvo - Edgar Allan Poe:
Foi uma vez: eu refletia, à meia-noite erma e sombria,
A ler doutrinas de outro tempo em curiosíssimos manuais,
E, exausto, quase adormecido, ouvi de súbito um ruído,
Tal qual se houvesse alguém batido à minha porta, devagar.
“É alguém, fiquei a murmurar, que bate à porta, devagar;
Sim, é só isso e nada mais.”
Ah! claramente eu o relembro! Era no gélido dezembro
E o fogo, agônico, animava o chão de sombras fantasmais.
Ansiando ver a noite finda, em vão, a ler, buscava ainda
Algum remédio à amarga, infinda, atroz saudade de Lenora
Essa, mais bela do que a aurora, a quem nos céus chamam Lenora
E nome aqui já não tem mais.
A seda rubra da cortina arfava em lúgubre surdina,
Arrepiando-me e evocando ignotos medos sepulcrais.
De susto, em pávida arritmia, o coração veloz batia
E a sossegá-lo eu repetia: “É um visitante e pede abrigo.
Chegando tarde, algum amigo está a bater e pede abrigo.
É apenas isso e nada mais.”
Ergui-me após e, calmo enfim, sem hesitar, falei assim:
“Perdoai, senhora, ou meu senhor, se há muito aí fora me esperais;
Mas é que estava adormecido e foi tão débil o batido,
Que eu mal podia ter ouvido alguém chamar à minha porta,
Assim de leve, em hora morta.” Escancarei então a porta:
Escuridão, e nada mais.
Sondei a noite erma e tranquila, olhei-a a fundo, a perquiri-la,
Sonhando sonhos que ninguém, ninguém ousou sonhar iguais.
Estarrecido de ânsia e medo, ante o negror imoto e quedo,
Só um nome ouvi (quase em segredo eu o dizia) e foi: “Lenora!”
E o eco, em voz evocadora, o repetiu também: “Lenora!”
Depois, silêncio e nada mais.
Com a alma em febre, eu novamente entrei no quarto e, de repente,
Mais forte, o ruído recomeça e repercute nos vitrais.
“É na janela”, penso então. “Por que agitar-me de aflição?
Conserva a calma, coração! É na janela, onde, agourento,
O vento sopra. É só do vento esse rumor surdo e agourento.
É o vento só e nada mais.”
Abro a janela e eis que, em tumulto, a esvoaçar, penetra um vulto:
É um Corvo hierático e soberbo, egresso de eras ancestrais.
Como um fidalgo passa, augusto e, sem notar sequer meu susto,
Adeja e pousa sobre o busto, uma escultura de Minerva,
Bem sobre a porta; e se conserva ali, no busto de Minerva,
Empoleirado e nada mais.
Ao ver da ave austera e escura a soleníssima figura,
Desperta em mim um leve riso, a distrair-me de meus ais.
“Sem crista embora, ó Corvo antigo e singular”, então lhe digo
“Não tens pavor. Fala comigo, alma da noite, espectro torvo!”
Qual é teu nome, ó nobre Corvo, o nome teu no inferno torvo!”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
Maravilhou-me que falasse uma ave rude dessa classe,
Misteriosa esfinge negra, a retorquir-me em termos tais;
Pois nunca soube de vivente algum, outrora ou no presente,
Que igual surpresa experimente: a de encontrar, em sua porta,
Uma ave (ou fera, pouco importa), empoleirada em sua porta
E que se chame “Nunca mais”.
Diversa coisa não dizia, ali pousada, a ave sombria,
Com a alma inteira a se espelhar naquelas sílabas fatais.
Murmuro, então, vendo-a serena e sem mover uma só pena,
Enquanto a mágoa me envenena: “Amigos? sempre vão-se embora.
Como a esperança, ao vir a aurora, ele também há de ir-se embora.”
E disse o Corvo: “Nunca mais.”
Vara o silêncio, com tal nexo, essa resposta que, perplexo,
Julgo: “É só isso o que ele diz; duas palavras sempre iguais.
Soube-as de um dono a quem tortura uma implacável desventura
E a quem, repleto de amargura, apenas resta um ritornelo
De seu cantar; do morto anelo, um epitáfio: o ritornelo
De “Nunca, nunca, nunca mais”.
Como ainda o Corvo me mudasse em um sorriso a triste face,
Girei então numa poltrona, em frente ao busto, à ave, aos umbrais
E, mergulhado no coxim, pus-me a inquirir (pois, para mim,
Visava a algum secreto fim) que pretendia o antigo Corvo,
Com que intenções, horrendo, torvo, esse ominoso e antigo Corvo
Grasnava sempre: “Nunca mais.”
Sentindo da ave, incandescente, o olhar queimar-me fixamente,
Eu me abismava, absorto e mudo, em deduções conjeturais.
Cismava, a fronte reclinada, a descansar, sobre a almofada
Dessa poltrona aveludada em que a luz cai suavemente,
Dessa poltrona em que ela, ausente, à luz cai suavemente,
Já não repousa, ah! Nunca mais?
O ar pareceu-me então mais denso e perfumado, qual se incenso
Ali descessem a esparzir turibulários celestiais.
“Mísero!, exclamo. Enfim teu Deus te dá, mandando os anjos seus,
Esquecimento, lá dos céus, para as saudades de Lenora,
Sorve-o nepentes. Sorve-o, agora! Esquece, olvida essa Lenora!”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
“Profeta!? brado? Ó ser do mal! Profeta sempre, ave infernal
Que o Tentador lançou do abismo, ou que arrojaram temporais,
De algum naufrágio, a esta maldita e estéril terra, a esta precita
Mansão de horror, que o horror habita, imploro, dize-mo, em verdade:
Existe um bálsamo em Galaad? Imploro! Dize-mo, em verdade!”
E o Corvo disse: “Nunca mais.”
“Profeta!” exclamo. “Ó ser do mal! Profeta sempre, ave infernal!
Pelo alto céu, por esse Deus que adoram todos os mortais,
Fala se esta alma sob o guante atroz da dor, no Éden distante,
Verá a deusa fulgurante a quem nos céus chamam Lenora,
Essa, mais bela do que a aurora, a quem nos céus chamam Lenora!”
E o Corvo disse: “Nunca mais!”
“Seja isso a nossa despedida! Ergo-me e grito, alma incendida.
Volta de novo à tempestade, aos negros antros infernais!
Nem leve pluma de ti reste aqui, que tal mentira ateste!
Deixa-me só neste ermo agreste! Alça teu voo dessa porta!
Retira a garra que me corta o peito e vai-te dessa porta!”
E o Corvo disse: “Nunca mais!”
E lá ficou! Hirto, sombrio, ainda hoje o vejo, horas a fio,
Sobre o alvo busto de Minerva, inerte, sempre em meus umbrais.
No seu olhar medonho e enorme o anjo do mal, em sonhos, dorme,
E a luz da lâmpada, disforme, atira ao chão a sua sombra.
Nela, que ondula sobre a alfombra, está minha alma; e, presa à sombra,
Não há de erguer-se, ai! nunca mais!
Fonte:http://www.netmundi.org/home/2017/o-corvo-de-edgar-allan-poe-milton-amado/
Original em inglês maravilhosamente recitado por Christopher Lee. Ficou realmente incrível, perfeito. Ele tinha uma voz melhor até que do James Earl Jones na minha opinião.
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