AMEAÇA

26/6/2014, 20:09

AMEAÇA

Sentia que algo estava para acontecer... Aquela sensação que vinha me perseguindo durante as ultimas semanas não me deixava descansar em paz, não que eu precisasse, mas os costumes humanos que adquiri já não conseguia praticar, pensar dentro das antigas memorias que por anos conservei já era algo trabalhoso para mim, até mesmo me alimentar sendo algo tão costumeiro já não realizava tranquilamente...
Será que nossa impetuosa busca que já durava anos a fio traria algum resultado significativo? Não sabia responder, a muito não via ou falava diretamente com meus irmãos o que me deixava de certa forma afastado de seus avanços assim como eles dos meus. Todavia havia algo que eu certamente não creio que os mesmos não tenham dado a devida atenção... De qualquer forma ficar pensando sobre este assunto não ajudaria a melhorar ou mesmo entender o que estava sentindo, pelo menos não ainda!

Encontrava-me em meu castelo, algo raro dificilmente paro por muito tempo em um lugar! Com exceção de meus servos que fincaram moradia no castelo raramente conta com a presença de seus verdadeiros proprietários. Levantado a partir de um enorme templo grego mostrava características marcantes da arquitetura grega, contudo sua construção só chegou realmente ao fim no inicio da era medieval tendo então não somente a maior parte como também a mais predominante, a arquitetura medieval, o que não era diferente na sala do trono antes com suas paredes cobertas por cortinas e insígnias de batalhas agora também contava com uma enorme mesa de jantar ao lado esquerdo do salão. O lado direito tinha um sofá frente a uma mesa de centro com uma poltrona que juntos formava um “L” Com a mesa. Apegar-me a eras antigas nunca foi parte de minha personalidade pelo contrario aprendi a apreciar o que já passou mais sempre acompanhando o passar das eras, na verdade isso é algo que todo vampiro tende aprender, cedo ou tarde.

Apesar de o trono estar a minha disposição, optei por ficar de pé sobre o comprido tapete vermelho preservado desde o inicio das cruzadas. Segurava uma taça de vinho e nela refletia sobre meu pressentimento até que algo me tirou do transe, uma jovem voz feminina a única coisa que nos últimos anos me trazia alguma felicidade, se existia isso entre os imortais, esta era Cloe!

29/6/2014, 00:24

Ameça (Parte 2)

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― O que tanto pensa? ― Falou apoiando sobre o vão da porta.Cloe não era apenas o meu braço direito, era tudo que tinha... A ração de ter suportado todas às lutas e ainda assim manter minha sanidade! Era a que me deu um proposito para minha vida quando pensava que tudo estaria perdido, a que me mostrara que mesmo um vampiro pode amar... E também... Ser amado! - Não vai entrar em outra guerra, certo? – Disse se deitando no sofá da área direita do salão.

― Não iria me afastar de ti por motivos tão irrelevantes! ― Meu tom apesar de serio carregava o carinho que tinha a intenção de dar, ao tempo que agora perto dela acariciava seu rosto.

Olhei por mais alguns segundos seu rosto jovem quase infantil, mas que não me impediu de me apaixonar é que rapidamente me fez descobrir que ainda possuía a capacidade de amar, seu nome original era Phithou. Uma princesa de eras antigas que teve seu reino invadido por povos inimigos, contudo a partir de algum século que não me recordo, adotou o nome de Cloe para assim adaptar aos tempos atuais.

― Esta querendo se tornar uma divindade novamente?! ― Falou enquanto expressava um leve sorriso e abria um livro esquecido no sofá.

― Eu nunca fui uma divindade... – Neste momento expressei a típica reação de quando alguém tenta lembrar-se de algo distante.

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― Não me vem dizer que se esqueceu do que fez Azrael?! Ou devo te chamar de Zeus? ― Tirou sua atenção do livro, sua voz mudara para um tom sarcástico, mas agora esboçava um sorriso, sinal de que estava se divertindo com isso.

A lembrança me veio como um tiro, me fazendo lembrar do quão realmente cômico foi o ocorrido, logo respondi!

― Não foi minha culpa! – sorri dando um gole na taça de vinho.

― Eu tinha te avisado que não precisava usar sua habilidade, mas você não me ouviu! - Se levantando elegantemente caminhou em minha direção.

― Não tenho culpa se os seres humanos foram tão criativos para transformar um evento isolado em uma historia mitológica grega! ― Minha voz agora era mais alegre. Agora já perto tomo Cloe a abraço por trás a envolvendo com meus braços. ― E o que posso dizer de Hera? Retratada como Ciumenta e agressiva?!

Cloe deu uma gargalhada suave o que me fez lembrar. ― Você sabe que sou assim! Não suportava aquelas gregas se insinuando para você.

Agora com um tom mais calmo e uma voz que chegava a ser romântica, postura que adquiri há alguns anos e que não consegui abandonar até hoje, complementei! ― Mas também retratada como majestosa e solene, e em minha opinião a deusa mais linda do olimpo. – Após findar minhas palavras me aproximei de seu rosto só para então poder beija-la, e poderia afirmar com certeza que nada neste mundo fazia meu mundo parar como aquilo fazia.

Aquele momento mágico se findou logo quando as grandes portas de carvalho do salão foram rapidamente abertas, e delas a passos longos entraram três homens.

1/7/2014, 23:35

Ameaça (Parte 3)

O primeiro era alto com grandes músculos que visivelmente maior do que humanos comuns, o homem se assemelhava muito com os antigos combatentes do coliseu exceto pelo seu bigode o que seria a única parte da sua cabeça que possuía cabelos, trajava uma armadura de prata que reluzia a luz ambiente, a mesma poderia ser confundida com as vestes que enfeitam os corredores se não fosse pelo seu tamanho e pelos detalhes entalhados a mão no metal, entre os presentes era de longe o que mais combinava com o cenário que se encontravam.

O Segundo usava um terno preto liso, seus óculos escuros escondiam seus olhos e seu cabelo curto arrepiado o fazia aparentar um homem de mais ou menos trinta anos de idade. E o ultimo que se posicionava mais a direita usava uma calça militar camuflada juntamente a uma camisa regata justa de cor preta, carregava em sua cintura uma faca media de uso militar serrilhada guardada em uma bainha também camuflada, no outro lado portava uma Desert Eagle, sua barba mal feita completava a imagem de um típico guerrilheiro. Coma entrada trio no salão Cloe logo se soltou de meus braços ficando ao meu lado parada e inerte, ela insistia em dizer que tenho que manter minha imagem diante dos soldados, mesmo eles não sendo soldados comuns afinal... Eles eram a minha guarda real!

Os três se apressaram e tão logo diante de mim se curvaram. A raiva no meu interior cresceu rapidamente, afinal interromperam um momento tão importante para mim! E o vieram ter em um momento tão inoportuno? Independente do que fosse era bom que de fato valesse a interrupção, caso contrario... Tal ato poderia lhes custar à vida!

― Senhor, temos um comunicado importante! ― Falou meio desajeitado Uraclon, o guarda de armadura medieval.

― Tão importante que os fez ir contra a uma ordem minha?! Será que tem tão importância que justificaria a forma que adentraram o salão?!

― Senhor... – Interrompeu Sebastian, o guarda de terno que falava de forma culta e serena. ―... É um comunicado... de seus irmãos!

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