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Kuran Duran
Kuran Duran
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Soneto das sombras Empty Soneto das sombras

27/11/2012, 20:36
Eu me chamo Beth, tenho 23 anos e desde os 8 toco piano, sou uma ótima pianista e já toquei em muitos lugares e vou contar o que aconteceu comigo.

Meus pais e eu estávamos viajando para Santa Catarina e durante a madrugada começou uma chuva tremenda, fomos obrigados a procurar por um hotel pois era muito perigoso prosseguir com aquela chuva. Depois de alguns minutos encontramos um hotel na beira da estrada e decidimos parar ali mesmo. Era um hotel de tijolinhos, estava vazio e ele era frio e escuro, tinha dois andares e a única pessoa que se encontrava no local era a própria dona do hotel, uma velhota de mais ou menos 60 anos, com seus cabelos grisalhos, seus óculos de contas, e se gato deitado em cima do balcão, ela nos recebeu com um enorme sorriso.

- Gostaríamos de dois quartos por favor, um para mim e minha esposa e o outro para a minha filha - Disse meu pai.

- Aqui está senhor, duas chaves, para dois quartos - A velhota riu e continuou falando - Vou acompanhar vocês até lá, me sigam.

Nós subimos as escadas atrás da senhora e ela nos levou a dois quartos no final do corredor, era um corredor muito frio, escuro, sujo, a lâmpada era escura e iluminava muito mal, aquele lugar dava calafrios.

- Esse aqui será o quarto de vocês - Disse a senhora apontando a porta - E aquele ao lado o quarto de sua filha.

- Quanto vai sair os dois quartos?

- Amanhã veremos isso.

- Está bem então, boa noite minha senhora.

- Boa noite senhor.

A velha se virou e foi até o andar de baixo nos deixando sozinhos com as malas.

- Filha, estaremos aqui ao lado qualquer coisa, durma bem minha princesa.

- Durma bem minha filha - Disse minha mãe me dando um beijo na testa.

- Durmam bem também.

Eu entrei no meu quarto e ele era escuro assim como o corredor, a lâmpada iluminava muito mal, suas paredes eram brancas e mal rebocadas, tinha um guarda roupas, uma cama de solteiro, uma televisão e um banheirinho. Joguei a mala em um canto do quarto, tirei os sapatos, a roupa, liguei a televisão e deixei ela passando qualquer programa apenas para quebrar com a monotonia do quarto, revirei minha bolsa atrás de sabonete, shampoo, e toalha, fui até o banheiro e comecei a tomar o meu banho. A água era quente, o banheiro era muito apertado e não tinha box, era só o chuveiro, o sanitário e a pia, tomei o meu banho, me sequei, e coloquei um pijama confortável, sentei na cama e ela era dura e fria, então peguei algumas cobertas na minha bolsa, me cobri até o pescoço e comecei a me perguntar o porque daquele lugar ser tão frio em pleno verão, me chamou a atenção uma janela que tinha ao lado da cama então abri as cortinas e olhei la em baixo, era um lugar abandonado com vários montes de areia, madeiras, e um lugar caindo aos pedaços, tudo quebrado, realmente dava calafrios aquela vista, fechei as cortinas e deitei me obrigando a dormir.

Acordei de madrugada com uma imensa vontade de ir ao banheiro e fui mas a descarga do sanitário estava quebrada então eu teria que ir ao banheiro que tinha no outro corredor, aquela ideia me pareceu assustadora mas a vontade era maior, então sai do quarto e fui até o corredor, aquilo dava muito medo, era frio, escuro e eu estava lá sozinha, belo lugar que os meus pais tinham arrumado, eu andei pelo corredor me abraçando e um barulho me chamou a atenção, eram teclas de piano que vinham de um quarto com a porta aberta do outro corredor, eu corri até la e tinha um piano de calda muito bonito, daqueles que eu gosto, preto e brilhoso, eu entrei lá dentro e o quarto era escuro mas a lâmpada iluminava bem no centro onde estava o piano mas não tinha ninguém no quarto e não tinha como o piano ser tocado sozinho, então imaginei que o gato do hotel teria passado por ali. Me sentei na cadeira a frente do piano e vi uma partitura com uma música chamada “Soneto das Sombras”, achei interessante e resolvi tocar, comecei a apertas as teclas e formar a musica, ela começava com uma melodia doce, suave e depois ficava mais sombria, a musica parecia dizer alguma coisa, terminei de tocar e li novamente a partitura, no final dela estava escrito em letras de forma “Não toque essas teclas”, achei estranho mas nada de mais, fui para o banheiro me sentindo melhor, ele era grande com várias pias e compartimentos, um espelho bem grande e suas paredes eram laranjadas, o banheiro era medonho assim como o hotel inteiro, mas fui direto para um dos compartimentos, abaixei as calças, me sentei e aliviei a minha vontade, distraída fiquei olhando para debaixo da porta e percebi a sombra de alguém ali, então pensei que fosse a minha mãe.

- Mãe é você?

Ninguém respondeu e eu percebi que essa pessoa estava colada na porta do meu compartimento porque a ponta dos seu pés estavam ali dentro, tinha alguém ali junto comigo, eu vi os pés por debaixo da porta, eu vi a sombra, então me levantei, puxei a descarga e quando abri a porta dei de cara com uma moça branca, de cabelos brancos e longos, com a expressão de raiva, os olhos arregalados, com as órbitas quase para fora, com um vestido longo que ia até os pés, ela segurou o meu pescoço e se aproximou de mim, eu via aquele rosto fino, aquela pele cinzenta de defunto e aqueles olhos estalados quase colados no meu rosto e gritei de pavor, ela me atirou contra a parede e falou:

- EU DISSE PARA VOCÊ NÃO TOCAR AQUELAS TECLAS!

Sua voz era rouca, fria, ela parecia estar sussurrando mas eu ouvia alto o suficiente.

- Eu não vi o que estava escrito no final da folha, por favor não faça nada, me desculpa.

Minha voz tremia, meu coração acelerava, eu suava frio, e me agachei em um canto do banheiro me abraçando inutilmente, tentando me proteger enquanto aquele ser estranho avançava para mim.

- EU DISSE PARA VOCÊ NÃO TOCAR AQUELAS TECLAS!

- QUEM É VOCÊ?

- EU DISSE PARA VOCÊ NÃO TOCAR AQUELAS TECLAS!

- DIGA!

- EU DISSE PARA VOCÊ NÃO TOCAR AQUELAS TECLAS!

- CALE A BOCA!

- EU DISSE PARA VOCÊ NÃO TOCAR AQUELAS TECLAS!

- AAAAAAAAAAAAAAAAH! SOCOOOOOOOORRO, SOCOOOOOOOOOOORRO, ME TIRA DAQUI ALGUÉM POR FAVOR!

Eu gritei inutilmente por socorro tentando abrir a porta daquele banheiro mas estava fechado, as lágrimas rolavam pela minha face, eu batia na porta e aquela mulher continuava a avançar sobre mim sempre repetindo “Eu disse para você não tocar aquelas teclas”, então em umas das tentativas eu senti um vidro se quebrando sobre a minha cabeça e perdi os sentidos.

- Filha! Filha! Acorde!

- Ahn?

- Filha acorde!

- Que?

Abri os meus olhos e tudo estava embaçado, eu me encontrava em um quarto de hospital com a cabeça enfaixada e doendo muito.

- O que houve comigo?

- Você tentou se matar, te encontramos toda cortada no chão do banheiro, e você estava segurando cacos de vidro tentando cravar dentro de si, e não parava de repetir “Não toque essas teclas”.

- A MULHER! A MULHER DE BRANCO! FOI ELA, FOI ELA, PAI EU NÃO TENTEI ME MATAR PAI, FOI A MULHER!

- Que mulher?

- A MULHER DE BRANCO.

- Não existe nenhuma mulher de branco naquele hotel, apenas a senhora dona de lá.

- Pai, acredita em mim!

- Você está cansada filha, durma, nós ficamos muito preocupados, sua mãe chorou o dia inteiro, se estava com problemas deveria ter nos contados.

- Pai eu não tenho problemas, eu estou bem!

- Não está filha.

Meu pai virou as costas com os olhos cheios de lágrima e saiu do quarto me deixando sozinha.

Depois desse dia eu não tive mais tranquilidade, todos os dias a mulher vinha me visitar sempre me lembrando que eu não deveria ter tocado naquelas teclas, todas as noites era a mesma tortura, mais gritos, mais medo, eu já não conseguia dormir, eu já não tinha paz e o mais estranho é que somente eu conseguia vê-la, tentei até gravar mas nas gravações ela não aparecia, mas de uma coisa eu tenho certeza, ela sempre está ali, e eu não estou louca, mas mesmo assim insistiam em me internar em um hospício, e aqui estou eu, em um lugar onde não deveria estar, atormentada todas as noites sempre com a imagem daquela mulher na cabeça e a imagem da minha mãe chorando me vendo sendo levada para cá, mas acredite, ela existe e até hoje não sei quem é ela, de onde veio nem por que aconteceu tudo aquilo. Lembre-se, nunca toque o soneto das sombras.
Anonymous
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Soneto das sombras Empty Re: Soneto das sombras

6/1/2013, 00:44
Puuuuuuuuuxaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Jun !

Adorei a histórinha ^-^/
Estava lendo em voz alta para o meu amor - Martine - que também gostou muito !

Super criativa e bem escrita a história, muito boa mesmo.
Kuran Duran
Kuran Duran
Ancião
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Masculino Idade : 28
Mensagens : 26663
http://animeskura.blogspot.com/

Soneto das sombras Empty Re: Soneto das sombras

6/1/2013, 07:33
hó thanks, vou começar a escrever mais ja que tenho fãs ¬‿¬
Anonymous
Convidado
Convidado

Soneto das sombras Empty Re: Soneto das sombras

6/1/2013, 14:58
juninho spla escreveu:hó thanks, vou começar a escrever mais ja que tenho fãs ¬‿¬

SIM ESCREVA *-* askaposka[pkpoksa
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Soneto das sombras Empty Re: Soneto das sombras

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