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Anonymous
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• Rebirth - Página 2 Empty Re: • Rebirth

26/6/2013, 15:28
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O peso do silencio agora pairava sobre o telhado, a lua reaparecera no céu iluminando a colt prateada. A jovem mantinha seus olhos fixos nos do caçador, como se quisesse hipnotizá-lo. Esperava por uma resposta a qual já sabia, era obvio que ele estava ali para matá-la, assim como muitos outros que teve a infelicidade de encontrar por suas andanças pelo mundo. Mellanie fez um movimento suave e a colt agora estava contra o pescoço do próprio caçador, um movimento e seu sangue seria derramado. Ele desafiou o olhar penetrante da bela jovem. Havia ódio em seus olhos.

- Onde está o seu senhor? – respondeu.
- Meu senhor?
- Alexiel.
 
“Alexiel”. Aquele nome a atormentava. Acariciou suavemente o colar que carregava consigo desde aquele dia. A última lembrança que lhe restara... Muitos acreditam que vampiros são monstros sem alma, sem sentimentos, sem coração. Era verdade que o seu já não mais pulsava, que sua personalidade mudara e que ela já não mais era quem costumava ser, mas no fundo, bem lá no fundo, Mellanie sabia que ainda era a mesma. Se vampiros não tinham sentimentos, então o que era aquele vazio doloroso que lhe invadia o peito? Talvez essa fosse uma resposta a qual ela jamais saberia responder.
Um vento gélido varreu a rua. Um brilho. Um arrepio. Ela podia sentir a respiração por detrás de seu pescoço enquanto um objeto frio era pressionado contra suas costas.

- Não deveria dispensar um cavalheiro tão rispidamente.
- E não deveria abordar uma dama com uma... hun... arma...
- Desculpe dizer, mas você não é nenhuma dama.
- E nem você um cavalheiro. – sorriu enquanto girava o corpo lentamente para encarar o rapaz. O cano longo da Colt agora encostado em seu peito – Acho que estamos kits.
- Eu não me mexeria se fosse você.
- Se quisesse me matar já o teria feito. – posicionou o cano contra sua garganta – Não é mesmo, Ca-ça-dor? – Sibilou.

Ele a encarou seriamente, engatilhou a Colt e a pressionou ainda mais contra a pele alva e macia da jovem. Um silêncio arrebatador pairou no ar enquanto se encaravam por longos minutos até que... Click. A Colt estava novamente em sua cintura.

- Não hoje, respondeu num grave sussurro. Preciso de você... “viva”.
- Creio que não. – a mesma virou-se, retomando seu caminho. – Aliás... Tem razão. Eu não sou uma dama, então pare de me seguir, pois não vai gostar dos meus “modos a mesa”. - O caçador a observou se afastar lentamente por entre as densas sombras que ali cresciam.
- Alexiel. – ecoou pela rua vazia.
- Não sei do que está falando. – O som daquele nome provocava um sentimento que mesclava ódio e vingança, tudo o que ela havia passado até ali era em função daquele maldito nome.
- Não é o que parece.

A jovem virou-se hostilmente e ao longe seus olhos transbordavam ódio em um vermelho escarlate. – O que sabe sobre ele? – ameaçou.

“Click”. Ele engatilhou a arma.

- O que você sabe sobre Alexiel? - rebateu
- É você quem deveria começar a falar. – suas presas reluziram sob a luz bruxuleante do luar. Em um simples movimento, segurou firmemente o colarinho do rapaz, suspendendo-o a um palmo do chão. – Porque o procura?

Ele colocou suas mãos sobre as dela, tentando soltar-se de alguma maneira, sua vontade era de meter-lhe um tiro no meio da testa, mas sabia que sem ela sua caçada seria eterna. Será como tentar aprisionar o vento – pensou.

- Não ganhará nada com minha morte – disse com dificuldade – Me solte e poderemos trabalhar juntos.
- Quem garante tua lealdade? – questionou a jovem.
- Tem a minha palavra. – arfou – Eu juro!


Mellanie pensou por um breve segundo e deixou que os pés do rapaz tocassem o chão novamente.
- Espero não me arrepender por deixares viver.

O homem deixou escapar um longo suspiro enquanto o ar preenchia seus pulmões, levou uma das mãos ao peito aliviado.
- Ele tirou de mim quem eu mais amava... – sua voz soou pesarosa, quase como um sussurro fúnebre. O mesmo ódio que virá nos olhos da garota, agora podia sentir fluindo por cada parte do seu corpo.

Mellanie nada disse, apenas continuou a observá-lo - Seus motivos pouco me importam – ela olhou de relance para o horizonte ao fim da rua – Já vai amanhecer, é melhor sairmos daqui.

O rapaz nada fez, apenas permaneceu parado. Em seu rosto havia uma expressão confusa.
- Vamos, temos muito que conversar. – esclareceu a jovem caminhando em direção a próxima rua.

Ao fundo, podia ouvir os abafados passos do caçador, talvez ele fosse confiável, talvez não. Entre as duas opções ela aprendera a optar sempre pelo “não”, dessa forma teria menos chance de se surpreender com as maldades do mundo.
- Para onde estamos indo? – perguntou ele curioso. 
- Não importa... Há outras coisas com que deve se preocupar.


Continua...
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