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Anonymous
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Aviso do além  Empty Aviso do além

2/12/2013, 17:40
"O vento sopra e o sol irradia o brilho que mantém a minha esperança, sob as janelas da prisão vem como um sinal de libertação. Os pássaros cantam o som de uma liberdade próxima, e a paisagem de nítida luz ao amanhecer é reconhecível. A manhã não demora para exibir sua beleza, junto com rosas que exalam o perfume que muitos conhecem. Enquanto ainda está amanhecendo, muitos habitantes estão acordando o mais cedo possível, ás seis e meia da manhã, para o seu trabalho matutino de todas as manhãs naquele dia tão belo. A beleza da manhã não dura muito tempo. Logo, gotas de chuva começam instantaneamente a aparecer. Isso parece um sinal normal. Dez minutos depois, a luz de toda a a vizinhança falta e metade dos moradores do bairro ficam sem luz. Não é tão comum isso acontecer, por essa razão achei estranho, embora em minha casa, por sorte não faltou luz. Barulhos suspeitos do meu quarto me atraem e não resisto a curiosidade. Surpreendentemente, tudo estava no lugar e até mais arrumado do que havia deixado. Enquanto me encaminhava para dentro da minha casa, ouvi sussurros em minha garagem e quando voltei não acreditei no que estava vendo. O boneco que havia deixado em cima da minha cama, estavam sob a minha escrivaninha de estudo. Estranhei o ocorrido e achei que tivesse posto ali depois, mas que tinha esquecido. Mas um fator levou a acreditar que não. O meu óculos havia sumido da cama, e o vi naquele momento na minha escrivaninha, junto aos bonecos. Me aproximei para pegá-lo, e o boneco mexeu seu olho. "Deve ser um dos que falam e se mexem por conta próprio e minha sobrinha não me avisou", pensei. Mas ela havia deixado de que o boneco nunca havia se mexido. No que eu poderia pensar? Será que eu estava em um daqueles contos que eu morria de um fútil boneco de pano com boca mal costurada? Senti calafrios e tremi de medo. Tentei pegar meu óculos outra vez e então o boneco, sorriu e perguntou em um tom alegre:
  - Vamos brincar?
  - Você fala? - perguntei.
  - Com você, sim - respondeu, com um sorriso estampado no rosto.
 Tentei correr, mas ele me agarrou, e me derrubou no chão. E quando tentei gritar, a minha voz não saía. Dentro de mim, o meu coração batia forte, e soube naquele momento que morreria. O boneco segurou-me pela blusa e sorriu, logo depois me arremessando na parede outra vez. A porta do meu quarto estava se fechando lentamente sozinha, e eu tentei me afastar, mas soube que estes seriam meus últimos minutos de vida. Ele se aproximou e senti minha respiração ofegante, enquanto ele acariciava meu rosto, e me olhava com o seu sorriso maligno estampado em seu rosto. O seu propósito, até agora, não sabia. E então, ele sussurrou baixinho:
- Avi...Aviso.
- Que aviso? - perguntei.
- Aviso do além - respondeu ele.
Quando finalmente pude me afastar, naquele cubículo de quarto, fixei meu olhar nele. Sua aparência era calma, embora ainda fosse um inimigo, usava calça preta, camiseta azul, e seus cabelos eram pretos e tinha um olhar inexplicável. Ele tentou se aproximar e mexer nos meus cabelos, mas o impedi, empurrando-o para longe de mim. Isso não o fez parar, e eu senti meu coração pulsar tão rápido quanto qualquer coisa. Ele se aproximou outra vez, e me furou com uma pequena faca. Estava tão fraca que mal podia vê-lo. Nesse momento, senti que ele daria o golpe final. Não tive nenhuma reação a seu olhar intimidador, e continuei parada esperando o seu próximo golpe. Ele se aproximou, e acariciou o meu rosto outra vez, enquanto jogava a faca fora. "O que ele quer?", pensei, em algum lugar da minha consciência. Ele sussurrou baixinho, como das outra vezes:
- Você está livre. Eu não vou machucar você.
- Por que está fazendo isso comigo? - perguntei.
- Porque você era a escolhida.
- Escolhida?
Ele me abraçou de uma maneira que jamais esquecerei. O que senti durante aqueles minutos eram inexplicáveis. Não tive nenhuma reação, porque a faca com a qual ele me furou me deixou inconsciente para reagir. Percebi que talvez ele não quisesse me matar naquele instante, mas talvez algo sem ser isso. Não escutei mais seus sussurros e sua voz calma e maravilhosa, mas só podia sentir o seu coração bater junto ao meu. Predador sexual? Não, pelo visto. 
- Eu tenho de matar você - sussurrou ele.
- Então, o que está esperando? - perguntei.
- Mas eu não devo fazer isso - falou ele.
- Acabe com esse pesadelo de uma vez. Se é o que tem de fazer, faça! - exclamei.
- Eu a perdoarei - falou ele.
- Pelo quê?
- Pela sua infidelidade a mim -falou ele.
Naquele instante, me perguntei que infidelidade era essa. Jamais magoei nenhum dos namorados passados, e não me lembro se algum dia eu o conheci. A janela estava fechada, e senti que estava me sufocando. Tudo o que sentia estava me sufocando, o amor que estava sentindo por aquele indivíduo estranhamente apaixonante e bonito, a respiração naquele quarto afobado estava me sufocando por completo. Nem sequer sabia a sua verdadeira identidade daquele boneco que logo conquistara o meu coração naquele dia memorável. Nunca me apaixonei de uma forma tão louca, e por alguém tão misterioso. Ele ainda estava me sufocando com aquele abraço que parecia nunca terminar. Quem ele era? Essa pergunta já não me importava, e tudo o que gostaria era de poder sair daquela situação embaraçosa. Mas, por mais que eu pudesse morrer naquele momento, uma parte de mim dizia que eu deveria ficar e ajudá-lo. Uma parte de mim dizia que eu devia amá-lo. 
- Eu te amo - sussurrou ele.
- O que? - perguntei
- Você não se lembra de mim, não é? - perguntou ele.
- Como vou me lembrar de você? - perguntei.
- Achei que você se lembrasse de mim, Helena - sussurrou ele.
Acordei com um certo desequilíbrio de um sonho que parecia real. Debrucei-me na cama, sob o clarão do dia e fixei meu olhar em minha escrivaninha. Não havia nenhum boneco, somente caderno de anotações e duas canetas esferográficas de marca sofisticada que minha mãe me dera de presente no inverno passado. Encaminhei-me até à cozinha, e encontrei um boneco no sofá, com um aspecto estranho e grotesco. Ele segurava uma faca, que imediatamente tirei de sua mão. Tive uma vaga lembrança de tê-lo visto, mas achei que fosse apenas minha imaginação. O dia foi normal. Mas ainda não sei o que pensar daquela faca que achei com o boneco. Eu nem sequer a havia comprado."
Tsukareta
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FAMILIA GARÇA
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Aviso do além  Empty Re: Aviso do além

6/12/2013, 00:42
Caraca Agatha, gostei muito do seu texto e por mais loucura que pareça me identifiquei muito com ele, principalmente na primeira parte.

Qual foi a sua inspiração? 

To encantada, por acaso tem continuação?
Anonymous
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Aviso do além  Empty Re: Aviso do além

9/12/2013, 20:46
Agradeço muito, Tsuk. Sinceramente, foi proposital o texto acabar assim, com esse ar de "quero mais", mas quem sabe rola uma continuação né. Bem, a minha inspiração foi um conto com o mesmo ar de suspense e bastante interessante. :3
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Aviso do além  Empty Re: Aviso do além

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